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Moraes autoriza Bolsonaro a deixar prisão domiciliar para exames médicos em hospital de luxo em Brasília

Liberação é pontual e valerá apenas no sábado (16); decisão reacende debate sobre saúde do ex-presidente e regras da prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (12) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a deixar a prisão domiciliar temporariamente para realizar uma bateria de exames médicos no hospital particular DF Star, em Brasília — referência em atendimento de alta complexidade.

A decisão, que atende a um pedido da defesa, vale apenas para o próximo sábado (16) e estabelece condições rigorosas para o deslocamento. Bolsonaro terá até oito horas para concluir os exames e retornar à residência onde cumpre prisão com uso de tornozeleira eletrônica.

De acordo com o despacho de Moraes, a autorização é exclusiva para fins médicos e não se estende a qualquer outro tipo de compromisso. A defesa do ex-presidente deverá apresentar um atestado médico detalhado em até 48 horas após os exames.

Refluxo, soluços e sequelas: saúde de Bolsonaro segue em avaliação

Segundo os advogados, os exames são essenciais para dar continuidade ao tratamento atual e para reavaliar sintomas persistentes como refluxo e soluços refratários — problemas que, segundo especialistas, podem estar ligados às sequelas do atentado a faca em 2018 e às múltiplas cirurgias abdominais realizadas desde então. A mais recente foi em abril deste ano, quando Bolsonaro passou duas semanas internado.

A equipe médica deverá verificar a necessidade de ajustar medicamentos ou, eventualmente, indicar novos procedimentos.

Visitas autorizadas sob regras rígidas

Além da autorização para exames, Moraes também liberou visitas específicas à residência de Bolsonaro, sob condições previamente determinadas e datas definidas. Os nomes dos visitantes e os critérios de acesso não foram divulgados.

A decisão reforça que, embora menos severa que a prisão em unidade prisional, a prisão domiciliar impõe limitações rígidas, e qualquer descumprimento pode resultar na revogação do benefício.

Impacto político: cada passo sob os holofotes

Mesmo longe dos palanques, Bolsonaro segue como peça central no xadrez político. A ida ao hospital — comum do ponto de vista legal — ganha peso político por envolver um ex-presidente ainda influente, alvo de processos e cumprindo restrições.

Para aliados, a medida é vista como necessária para preservar a integridade física de Bolsonaro. Já críticos apontam para um equilíbrio delicado entre o cumprimento da lei e a preservação de direitos constitucionais.

A expectativa agora recai sobre os laudos médicos que serão entregues pela defesa. Dependendo dos resultados, novas solicitações de flexibilização podem ser feitas — mantendo o caso como um dos mais sensíveis no cenário político e jurídico do país.