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URGENTE: Trump acaba de mandar novo recado para o Brasil, dessa vez dizendo q… Ver mais

Em declarações que voltaram a provocar repercussões internacionais, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se posicionou nesta terça-feira (15) contra o avanço das investigações no Brasil envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora tenha deixado claro que não mantém uma relação próxima com o brasileiro, Trump fez críticas contundentes ao processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“Não somos amigos próximos, mas o conheço. Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo do Brasil e lutou muito por ele. Foi duro comigo em negociações comerciais porque queria o melhor para seu país. E isso é algo que respeito”, afirmou Trump a um grupo de repórteres em um evento nos Estados Unidos.

A fala ocorre em meio à reta final do processo que pode levar à condenação de Bolsonaro e de nomes importantes de sua gestão. O ex-presidente americano, porém, minimizou as acusações e afirmou que o julgamento representa uma injustiça contra alguém que, segundo ele, foi um líder respeitado.

“Isso é uma caça às bruxas. Não deveria estar acontecendo. Ele é um representante de milhões de brasileiros — pessoas ótimas, por sinal. E querem colocá-lo na cadeia? É lamentável. O mundo está assistindo e ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo”, criticou Trump.

Investigação se aproxima do julgamento final

As declarações de Trump ocorrem um dia após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar suas alegações finais ao STF, apontando elementos que, segundo ele, sustentam a acusação de que Bolsonaro e aliados articularam um golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os principais nomes citados estão ex-ministros como Alexandre Ramagem (Segurança Institucional), Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Também foram incluídos o ex-ajudante de ordens Mauro Cid — pivô de diversos episódios investigados — e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Segundo Gonet, há indícios de que Bolsonaro teria participado da elaboração de um plano para deslegitimar as eleições e mobilizar setores das Forças Armadas em uma tentativa de reversão do resultado nas urnas. O material probatório inclui mensagens trocadas entre militares e auxiliares diretos do ex-presidente, além de rascunhos de decretos que previam a anulação do pleito.

Agora, as defesas dos acusados têm prazo para apresentar suas alegações finais. Só então o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, poderá concluir seu voto e levar o processo a julgamento no plenário do STF. O desfecho pode marcar um dos momentos mais decisivos da história recente da democracia brasileira.

Apoio político e polarização internacional

O posicionamento de Donald Trump traz combustível a um cenário já polarizado. Ambos os ex-presidentes, Trump e Bolsonaro, foram líderes de direita populista, com discursos nacionalistas e desconfiança em relação às instituições tradicionais. Ambos também são acusados de ameaçar o processo democrático em seus países — Trump pelo episódio do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, e Bolsonaro pelos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Analistas apontam que as falas de Trump não devem ser vistas apenas como solidariedade pessoal, mas também como parte de sua narrativa política. Em meio à corrida eleitoral nos Estados Unidos, Trump tem reiterado que é vítima de perseguições judiciais com motivações políticas. Defender Bolsonaro, portanto, fortalece seu argumento de que líderes conservadores estão sendo alvos de sistemas judiciais aparelhados por adversários ideológicos.

Para Bolsonaro, o apoio público de Trump, embora não garanta nenhum tipo de interferência direta no processo brasileiro, pode ter impacto simbólico. Ainda que negue uma amizade próxima, Trump reforçou uma imagem de respeito e legitimidade ao ex-presidente brasileiro diante do cenário internacional.

Expectativa crescente pelo julgamento

Enquanto as defesas se articulam e o ministro Alexandre de Moraes prepara o relatório final, cresce a expectativa sobre o impacto político e institucional que a decisão do STF pode gerar. O processo contra Bolsonaro vai além de uma eventual condenação penal: ele representa um teste crucial para o sistema judicial e a democracia brasileira.

Se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar não apenas penas restritivas de liberdade, mas também a inelegibilidade definitiva — o que o afastaria das eleições presidenciais de 2026, para as quais ele vinha se articulando nos bastidores.

Por outro lado, seus apoiadores prometem reagir com força, caso considerem a decisão como uma injustiça. Em meio a esse clima de tensão, as palavras de Trump se tornam mais um elemento em um tabuleiro político delicado e volátil.