URGENTE: Jair Bolsonaro pode ser preso a qualquer momento após… Ver mais

Manifestações bolsonaristas reacendem crise entre Poderes
Neste domingo (3), atos convocados por apoiadores de Jair Bolsonaro em São Paulo e no Rio de Janeiro voltaram a escancarar a tensão entre o bolsonarismo e o Supremo Tribunal Federal (STF). Embora apresentados como manifestações pacíficas em defesa da liberdade e da anistia aos réus do 8 de janeiro, os protestos ganharam contornos de embate direto com o Judiciário, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes, responsável por decisões que restringem a atuação política e digital do ex-presidente.
Bolsonaro desafia restrições por meio de aliados
Apesar de proibido de frequentar eventos públicos nos fins de semana e de se comunicar por redes sociais, Bolsonaro participou indiretamente dos atos por meio de áudios e videochamadas transmitidos por figuras próximas, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O conteúdo, posteriormente removido das redes sociais, acendeu o alerta sobre um possível descumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF, gerando reações imediatas no meio jurídico e político.
Toque político pode configurar desobediência judicial
As restrições vigentes incluem o uso de tornozeleira eletrônica, veto a eventos públicos e proibição do uso, direto ou indireto, das redes sociais. A atuação por meio de “porta-vozes digitais”, como ocorreu nos atos, esbarra em alertas já feitos por Moraes em decisões anteriores. Para o ministro, o uso de intermediários para transmitir mensagens políticas de Bolsonaro representa violação clara das ordens judiciais — especialmente quando há risco de incitação ou mobilização política da base radical.
PGR avalia nova medida contra ex-presidente
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanha de perto os desdobramentos e avalia se houve reincidência por parte de Bolsonaro. Há divisão interna sobre qual deve ser a resposta: uma nova advertência ou a adoção de medidas mais severas, como um possível pedido de prisão preventiva, caso fique comprovada tentativa deliberada de burlar decisões do Supremo. A resposta será crucial para testar os limites da Justiça diante do comportamento do ex-presidente.
Clima de guerra institucional contamina o Congresso
Com a volta do Congresso Nacional nesta segunda (4), o ambiente de conflito já afeta o cenário legislativo. Parlamentares da base do governo criticam o que chamam de sabotagem institucional por parte da oposição, enquanto bolsonaristas apontam perseguição e denunciam suposto ativismo judicial. A escalada de tensões deve comprometer votações importantes, travar pautas prioritárias e aumentar a crise de confiança entre os Poderes da República.
Especialistas pedem equilíbrio diante de impasse democrático
Constitucionalistas alertam para os riscos de radicalização institucional em um momento de fragilidade democrática. Para o professor João Martins, da Universidade de Brasília, “a resposta não pode ser apenas judicial. É preciso diálogo entre os Poderes e responsabilidade política para evitar novos abalos.” A ausência de um posicionamento formal do STF até agora é estratégica, mas o caso Bolsonaro poderá se tornar, mais uma vez, um divisor de águas na relação entre Judiciário, Executivo e Legislativo.