Na manhã desta sexta-feira, 18 de julho de 2025, a Polícia Federal deflagrou uma operação de grande repercussão política em Brasília, tendo como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-mandatário e ao Partido Liberal (PL), legenda à qual ele é filiado.
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Medidas cautelares impostas pelo STF
Além das buscas, Bolsonaro foi submetido a uma série de medidas cautelares que visam restringir sua atuação pública e prevenir possíveis interferências nas investigações em curso. Entre as determinações estão:
- Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, com monitoramento contínuo
- Proibição de acesso às redes sociais, como forma de evitar disseminação de informações que possam comprometer o processo judicial
- Recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 7h, todos os dias
- Proibição de contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus ou investigados pelo STF
Essas medidas foram justificadas pela Procuradoria-Geral da República como necessárias para evitar obstrução de justiça e garantir o andamento das investigações sobre supostos ataques à soberania nacional e tentativa de golpe de Estado.
Mandados cumpridos na residência e sede do PL
Os agentes da Polícia Federal estiveram na residência oficial de Bolsonaro, em Brasília, e também na sede nacional do Partido Liberal. Durante as diligências, foram apreendidos documentos e dispositivos eletrônicos que podem contribuir para o avanço das investigações. Segundo informações divulgadas pela imprensa, cerca de US$ 10 mil foram encontrados na casa do ex-presidente.
Contexto jurídico e político
A operação ocorre no âmbito da PET n.º 14129, que tramita no STF e investiga a atuação de Bolsonaro e aliados em ações que teriam como objetivo desestabilizar o processo democrático brasileiro. A decisão de Alexandre de Moraes reforça o cerco judicial ao ex-presidente, que já é réu em outras ações relacionadas à tentativa de golpe e à disseminação de desinformação durante seu mandato.
Reações e próximos passos
A defesa de Jair Bolsonaro confirmou a operação e afirmou que os mandados foram recebidos com “surpresa e indignação”. Os advogados alegam que o ex-presidente sempre cumpriu as determinações do Poder Judiciário e que as medidas cautelares impostas — como o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de acesso às redes sociais — são severas e desproporcionais.
Até o momento, Bolsonaro não se pronunciou oficialmente sobre a operação, embora aliados políticos tenham reagido com veemência nas redes sociais. Parlamentares da oposição comemoraram a decisão do STF, enquanto membros do Partido Liberal classificaram as medidas como uma “perseguição política” e um “abuso de autoridade”.
A expectativa é que novas ações sejam anunciadas nos próximos dias, à medida que as investigações avançam e mais provas sejam analisadas. A operação desta sexta-feira representa um marco importante na responsabilização de figuras públicas envolvidas em ações que atentam contra a democracia, sendo vista por muitos como um divisor de águas na luta contra a impunidade institucional. O caso segue em andamento e mobiliza atenção nacional e internacional, com repercussões inclusive em países como os Estados Unidos, onde líderes políticos têm se manifestado sobre o tratamento dado ao ex-presidente brasileiro.
