O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passará por uma cirurgia médica neste domingo, 14 de setembro, para retirada de lesões na pele. O procedimento será realizado no Hospital DF Star, em Brasília, e foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha os desdobramentos jurídicos envolvendo o ex-mandatário. A operação será feita em regime ambulatorial, com previsão de alta no mesmo dia.
A autorização judicial veio acompanhada de uma série de medidas de segurança e controle. Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto e, por isso, sua saída para o hospital exigiu aprovação formal do STF. O deslocamento será feito sob escolta da Polícia Penal do Distrito Federal, além de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e um assessor pessoal. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) devem acompanhá-lo durante o procedimento.
Detalhes do procedimento e histórico médico
A cirurgia será conduzida pelo médico Claudio Birolini, o mesmo que operou Bolsonaro em abril deste ano para tratar complicações intestinais. Desta vez, o foco será a remoção de duas lesões cutâneas — uma já identificada como benigna e outra que ainda será analisada pelos médicos. Segundo o relatório médico anexado ao processo, o procedimento não exige internação e será realizado com anestesia local.
A defesa de Bolsonaro terá até 48 horas após a cirurgia para apresentar ao STF um atestado médico detalhado, com data e horários de entrada e saída do hospital. Moraes deixou claro que a autorização não suspende as medidas cautelares impostas ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados e restrições ao uso de redes sociais.
Segurança reforçada e protocolo judicial
A operação logística para a saída de Bolsonaro de sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, será rigorosa. Todos os veículos envolvidos no deslocamento serão vistoriados, incluindo inspeção de porta-malas. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal foi oficialmente comunicada para acompanhar o trajeto e garantir o cumprimento das normas judiciais.
A decisão de Moraes também foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e aos advogados de Bolsonaro, que foram intimados a seguir os protocolos estabelecidos. A movimentação ocorre em meio ao julgamento no STF que envolve o ex-presidente e outros réus acusados de tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa.
Implicações políticas e atenção pública
Embora o procedimento médico seja considerado de baixa complexidade, a cirurgia ocorre em um momento delicado para Bolsonaro, que enfrenta múltiplos processos judiciais e já foi condenado por tentativa de golpe. A atenção pública sobre sua saúde reflete não apenas preocupações médicas, mas também o impacto político de sua condição física em meio às investigações.
A operação deste domingo será mais um capítulo na trajetória de um ex-presidente que, mesmo fora do poder, continua a ocupar espaço central no debate político nacional. A expectativa é que Bolsonaro retorne à sua residência no mesmo dia, mantendo o cumprimento da prisão domiciliar e das restrições impostas pelo STF.
