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Tsunami? Imagens do mar invadindo ruas no Rio de Janeiro deixa todos assustados… Ver mais

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2025 — Uma forte ressaca atingiu o bairro do Leblon, na zona sul do Rio, nesta quarta-feira (30), trazendo destruição e interrompendo o trânsito em uma das avenidas mais movimentadas da orla carioca. O mar ultrapassou a faixa de areia, invadiu o calçadão e avançou sobre a Avenida Delfim Moreira, arrastando areia, água e detritos até a pista. A Defesa Civil mantém o alerta ligado, e equipes da prefeitura foram acionadas para conter os impactos.

Força do mar assusta moradores e interrompe trânsito

A CET-Rio interditou parcialmente a via como medida de segurança, enquanto equipes da Comlurb trabalhavam para limpar a areia acumulada. O tráfego foi desviado para as avenidas Bartolomeu Mitre e Ataulfo de Paiva, e a faixa reversível da Avenida Niemeyer manteve operação normal. A ação rápida ajudou a evitar acidentes, mas evidenciou a fragilidade da infraestrutura urbana diante de eventos naturais extremos.

Rastro de destruição revela vulnerabilidade da orla

Um carro foi deslocado pelo impacto da água, equipamentos públicos foram danificados, e até o portão de um prédio cedeu com a pressão das ondas. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o cenário caótico e reforçam a gravidade do episódio. A Marinha do Brasil havia emitido alerta para ondas de até 3,5 metros, vigente até quinta-feira (31), mas a intensidade da ressaca surpreendeu até moradores experientes da região.

Especialistas alertam: ressaca é sintoma da crise climática

Para o oceanógrafo Paulo Mendes, da UFRJ, o fenômeno não pode ser tratado como algo pontual. “É um sintoma claro das mudanças climáticas. A combinação entre elevação do nível do mar, aquecimento das águas e ocupação urbana sem planejamento torna essas situações cada vez mais comuns e perigosas”, explica. O especialista defende ações estruturais de adaptação urbana e investimento em infraestrutura costeira resiliente.

Autoridades pedem que população evite a orla

A Defesa Civil reforçou que é essencial evitar banhos de mar, prática de esportes aquáticos ou permanência em calçadões, ciclovias e mirantes. Locais como o Mirante do Leblon e o calçadão de Ipanema devem ser evitados, mesmo com tempo firme, já que o risco de acidentes permanece alto. A prefeitura também apelou ao bom senso da população: “O comportamento preventivo é tão importante quanto a resposta institucional”, afirmou o Centro de Operações.

Mar avança e deixa lições urgentes para o futuro

Embora o pico da ressaca possa ter passado, a cidade segue em estado de atenção. O evento expõe, mais uma vez, a urgência de políticas públicas para adaptação climática. Especialistas defendem que a resposta ao fenômeno vá além da remoção de destroços: é necessário planejar, investir e preparar as cidades para eventos extremos que tendem a se repetir com maior frequência. O mar deu seu aviso — cabe à cidade aprender e reagir.