Trump aumenta pressão sobre Moraes e Lula e promete denunciar perseguição contra Bolsonaro

Relatório dos EUA aponta críticas ao STF brasileiro

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou seu discurso contra o governo brasileiro e, em especial, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo informações divulgadas pelo jornal The Washington Post, um relatório preliminar do Departamento de Estado dos EUA acusa o Brasil de restringir a liberdade de expressão, especialmente no contexto das investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes citado nominalmente em documento inédito

O relatório, que deve ser oficialmente apresentado ao Congresso americano no dia 12 de setembro, menciona Alexandre de Moraes de forma direta, algo considerado incomum em documentos diplomáticos. O texto aponta que o ministro teria determinado a suspensão de mais de 100 perfis ligados à direita e à extrema direita, caracterizando uma “supressão desproporcional” da liberdade de expressão. A crítica reforça a narrativa de perseguição política defendida por Trump e aliados de Bolsonaro.

Liberdade de expressão vira bandeira internacional

A inclusão do nome de Moraes no relatório fortalece a tentativa de Trump de usar a pauta da liberdade de expressão como uma de suas principais bandeiras internacionais. Caso retorne à presidência em 2025, o republicano deve explorar o tema para construir alianças políticas no cenário global. A menção também é interpretada como um gesto de solidariedade a Bolsonaro, que segue investigado no Brasil por suspeita de envolvimento em atos golpistas.

Sanções e atritos anteriores aumentam tensão

Não é a primeira vez que Trump e Moraes entram em rota de colisão. Em julho, o governo americano, sob influência de congressistas trumpistas, aplicou sanções com base na Lei Magnitsky contra o ministro, bloqueando eventuais bens nos EUA e restringindo vistos. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com firmeza, acusando os Estados Unidos de ingerência nos assuntos internos brasileiros e classificando as medidas como um “ataque à soberania nacional”.

Impactos políticos no Brasil e nos EUA

O relatório promete ser explorado por diferentes setores políticos. Entre aliados de Bolsonaro, a interpretação predominante é a de que o documento confirma a existência de perseguição judicial contra o ex-presidente. Já apoiadores de Lula enxergam a movimentação como uma tentativa de interferência internacional nas instituições democráticas do Brasil, alimentando uma narrativa de vitimização bolsonarista.

Conflito que extrapola fronteiras nacionais

Especialistas alertam que o relatório do Departamento de Estado pode gerar consequências além do campo simbólico. Ele pode embasar novas sanções, pressões diplomáticas e até revisões em acordos de cooperação entre Brasil e EUA. O embate entre Moraes, Bolsonaro e Trump reflete uma disputa maior no cenário global, marcada pela polarização ideológica e pela apropriação política do conceito de liberdade de expressão. A divulgação oficial do documento deve acirrar ainda mais as tensões entre os dois países.