Professora diz que antes da morte do pequeno VITOR, ela tentou d… Ver mais

Na pequena e pacata cidade de Estação, no interior do Rio Grande do Sul, o que era para ser apenas mais uma manhã comum de aulas se transformou em um dos dias mais sombrios da história do município. O silêncio do luto agora ecoa nos corredores da Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, onde o pequeno Vitor André Kungel Gambirazi, de apenas 9 anos, teve sua vida brutalmente interrompida.
O crime que chocou o Brasil
Na manhã desta terça-feira (8), por volta do início do turno escolar, um adolescente de 16 anos invadiu a escola onde Vitor estudava e, armado com uma faca, cometeu um ato de violência que surpreendeu até os mais experientes profissionais da segurança pública. O ataque foi rápido, feroz e, segundo relatos preliminares, premeditado. Vitor foi atingido na região do tórax e não resistiu aos ferimentos.
Outras duas crianças e uma professora também ficaram feridas, mas sobreviveram. O estado de saúde dos feridos não foi detalhado pelas autoridades até o momento, mas todos foram prontamente socorridos e encaminhados ao hospital da região. A escola foi evacuada em poucos minutos, mas o estrago emocional já estava feito.
Um luto coletivo e um futuro em suspenso
A notícia se espalhou como um vendaval pela cidade e rapidamente tomou conta das redes sociais e dos noticiários regionais. A Prefeitura de Estação publicou uma nota de pesar, destacando o impacto da perda para toda a comunidade escolar.
“Vitor era um querido estudante da Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi e sua partida deixa uma imensa lacuna em nossa comunidade escolar. Neste momento de dor, a Administração Municipal se solidariza com a família de Vitor, seus amigos, colegas e toda a comunidade. Desejamos que Deus conceda força e consolo para superarmos este momento tão difícil”, escreveu a prefeitura em sua página oficial.
O velório de Vitor será realizado nesta quarta-feira (9), na Capela Velatória Gruber, em horário a ser confirmado. O sepultamento acontecerá no mesmo dia, no Cemitério Municipal de Getúlio Vargas.
A pergunta que não quer calar: por quê?
O que motivou um adolescente a entrar em uma escola e cometer um crime tão bárbaro ainda está sendo investigado. Fontes ligadas à investigação apontam que o autor do ataque era ex-aluno da escola, e que havia demonstrado comportamentos problemáticos recentemente. Segundo relatos de vizinhos, ele era uma figura reclusa, mas não havia qualquer sinal claro de que algo tão extremo pudesse ocorrer.
A Polícia Civil trabalha com diversas linhas de investigação, incluindo distúrbios psicológicos, bullying e possível radicalização em ambientes digitais. O adolescente foi apreendido no local do crime e segue à disposição da Justiça. A expectativa é que ele passe por avaliação psiquiátrica nos próximos dias.
Mais do que uma tragédia: um alerta urgente
O caso de Vitor reacende um debate urgente no Brasil: o da segurança nas escolas. Como garantir que instituições de ensino continuem sendo espaços de aprendizado, acolhimento e proteção para crianças e adolescentes? Até onde vai a responsabilidade do poder público? E qual o papel da família, da escola e da sociedade na prevenção de atos violentos como este?
Especialistas em segurança educacional têm alertado sobre a importância de políticas de prevenção e escuta ativa dentro do ambiente escolar. Programas de apoio psicológico, monitoramento de comportamentos suspeitos e integração entre educadores, alunos e famílias são medidas apontadas como fundamentais.
A dor que não se apaga
Em meio à comoção, o que permanece é o vazio deixado por uma criança que tinha sonhos, amigos e uma vida inteira pela frente. Colegas da escola, familiares e professores se reuniram em frente ao prédio da instituição para prestar homenagens. Cartazes com mensagens de despedida, flores e brinquedos foram deixados na entrada da escola, agora fechada temporariamente.
“Vitor era luz, era alegria pura. A gente não consegue entender, ainda parece que ele vai chegar correndo no recreio”, disse entre lágrimas uma funcionária da escola, que preferiu não se identificar.
Enquanto a cidade tenta se reconstruir emocionalmente, o caso de Vitor Gambirazi entra para a lista das tragédias que jamais deveriam acontecer. Uma cicatriz profunda foi aberta no coração de uma comunidade inteira — uma cicatriz que levará tempo, muito tempo, para começar a cicatrizar.
