Polícia solicita a prisão temporária de suspeito pela morte de Adalberto, foi o seu… Ver mais

Um corpo enterrado. Um autódromo famoso. E um segredo guardado a sete chaves que começa a ruir com a coragem de uma testemunha. A morte de Adalberto Amarilio Júnior pode estar mais perto de ser desvendada – mas o que realmente aconteceu nos bastidores de Interlagos?
Por trás da aparência de um dia comum no icônico Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, escondia-se uma cena brutal. O empresário Adalberto Amarilio Júnior, figura conhecida no setor de eventos esportivos, desapareceu de forma misteriosa. Dias depois, seu corpo foi encontrado em um buraco no próprio autódromo — um fim trágico e silencioso que levantou mais perguntas do que respostas.
Agora, após semanas de investigação intensa e silenciosa, a Polícia Civil de São Paulo dá um passo decisivo: a prisão temporária de um dos seguranças que atuavam no local no dia do crime foi solicitada. A decisão, embasada por depoimentos, análises periciais e imagens de segurança, pode ser o início do desfecho de um dos casos mais perturbadores do ano.
Um labirinto de suspeitas
A investigação começou com um desafio imenso. Aproximadamente 200 seguranças estavam no autódromo naquele fim de semana. Quem poderia ter cometido um crime em meio a tantos profissionais? E por quê?
Durante dias, os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vasculharam registros, cruzaram escalas de trabalho, analisaram horas de imagens e colheram dezenas de depoimentos. Aos poucos, a lista de possíveis envolvidos foi afunilada. Restaram quinze nomes. Dentre eles, um passou a chamar a atenção.
Mas o ponto de virada na investigação veio de onde menos se esperava: do silêncio quebrado.
A testemunha que decidiu falar
Assustada, hesitante, mas decidida, uma testemunha-chave procurou o DHPP. Durante o depoimento, ela revelou ter presenciado parte do crime. O motivo para o silêncio até então? Medo. Retaliações, ameaças veladas e a sensação de estar cercada por uma rede que protegia os verdadeiros culpados.
“Eu fiquei em choque com o que vi, mas não sabia em quem confiar”, relatou a testemunha. “Achava que se falasse, algo poderia acontecer comigo também.”
A partir das garantias de proteção e medidas cautelares, ela decidiu cooperar. E o que contou foi alarmante: segundo ela, três seguranças estariam diretamente envolvidos no homicídio de Adalberto. A motivação, embora ainda mantida em sigilo pelas autoridades, estaria relacionada a desentendimentos nos bastidores do evento.
Um crime planejado?
O laudo do Instituto Médico Legal trouxe detalhes estarrecedores. O corpo de Adalberto apresentava terra nas narinas, nos ouvidos e nos olhos — indícios de que ele pode ter sido enterrado ainda vivo, porém inconsciente. A hipótese mais aceita até agora é de morte por asfixia, causada pela sufocação com terra.
Esse dado técnico, embora frio, levantou o alerta dos investigadores. Não se tratava de um acidente. Muito menos de um crime impulsivo. A forma como tudo foi conduzido — do local do enterro ao desaparecimento do corpo por dias — sugere planejamento e execução meticulosa. E, talvez, premeditação.
O suspeito com prisão temporária solicitada seria, conforme o DHPP, peça-chave no quebra-cabeça. Testemunhas e registros indicam que ele esteve em pontos estratégicos durante o tempo em que Adalberto desapareceu. Agora, a polícia quer confrontá-lo com novas provas e buscar pistas sobre os outros dois envolvidos.
Um caso ainda longe do fim
A prisão temporária, se autorizada pela Justiça, pode ser apenas o primeiro capítulo de uma nova fase nas investigações. As autoridades trabalham com a hipótese de que mais pessoas, além dos três seguranças citados, possam ter conhecimento ou participação indireta no crime.
Enquanto isso, familiares e amigos de Adalberto clamam por justiça. “Ele era uma pessoa honesta, apaixonada pelo que fazia. Isso não pode acabar assim, em silêncio”, disse um parente próximo, que pediu anonimato.
A tragédia no Autódromo de Interlagos escancarou não apenas uma falha de segurança em um dos locais mais emblemáticos da cidade, mas também o lado sombrio de relações que, por trás de crachás e uniformes, escondiam tensões perigosas.
Com o avanço das investigações e o surgimento de novas provas, a pergunta que ecoa é: quem mais sabia? E por que Adalberto teve que morrer?
As respostas ainda estão sendo cavadas — e, ao que tudo indica, o buraco é bem mais fundo do que se imaginava.
