Pedido inusitado no STF agita bastidores políticos
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) surpreendeu ao protocolar, nesta segunda-feira (11), um pedido formal endereçado ao ministro Alexandre de Moraes para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília. O gesto, descrito como “ousado” por aliados, quebra a rotina dos trâmites no Supremo e coloca ainda mais atenção sobre um dos casos mais comentados do momento.
Urgência para o encontro e exigência de regras claras
No documento, Nikolas pediu que a visita seja autorizada já nesta terça-feira (12) ou, no mais tardar, na quarta-feira (13). Ele também solicitou que todas as regras e condições para a visita sejam informadas de forma explícita, para evitar qualquer “dúvida ou imprecisão”. A pressa e o cuidado com a formalidade demonstram a tensão política que envolve o caso.
Prisão domiciliar sob forte vigilância
Bolsonaro está há uma semana em prisão domiciliar, determinada por Moraes após apontar “reiterado descumprimento de medidas cautelares”, incluindo a proibição de uso de redes sociais, direta ou indiretamente. A decisão foi tomada depois que o ex-presidente participou, por vídeo, de manifestações no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte — nesta última, Nikolas subiu ao palco e exibiu o celular ao público, dizendo: “Bolsonaro não pode falar, mas pode ver”.
Outros aliados se movem para visitar Bolsonaro
Além de Nikolas, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) e o vice-presidente do PL em Goiás, Fred Rodrigues, também protocolaram pedidos semelhantes no STF. Ambos têm histórico de proximidade política com Bolsonaro e, nas eleições de 2024, disputaram prefeituras com apoio declarado dele. Apesar de chegarem ao segundo turno, foram derrotados, mas seguem como figuras ativas na base bolsonarista.
Clima de inquietação entre apoiadores
A decisão de Moraes é vista por aliados como uma medida rigorosa, e a prisão domiciliar é cumprida sob rígido esquema de segurança, com monitoramento constante e restrição de visitas. Moraes já deixou claro que qualquer descumprimento das condições poderá levar à prisão preventiva. No PL, cresce a preocupação de que novas restrições atinjam outros políticos ligados ao ex-presidente, especialmente em ano pré-eleitoral.
O peso simbólico de uma eventual autorização
Para aliados e apoiadores, uma visita autorizada teria forte valor simbólico. Mais do que um encontro pessoal, seria um ato público de solidariedade a Bolsonaro. A expectativa agora recai sobre a decisão de Alexandre de Moraes, que poderá definir se essa aproximação será possível e em quais termos — decisão que, certamente, trará repercussões políticas imediatas.
