Moraes resiste a ação da AGU na Justiça dos Estados Unidos

Moraes adota silêncio estratégico após sanção dos EUA
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), escolheu não autorizar qualquer ação imediata da Advocacia-Geral da União (AGU) em resposta às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. A medida, que visa punir supostos violadores de direitos humanos, colocou o magistrado no centro de uma tensão diplomática e institucional que desafia os limites entre justiça nacional e política internacional. A cautela, segundo interlocutores, é parte de uma estratégia jurídica para evitar agravar a crise.
Lula articula blindagem política ao ministro do STF
Para conter os impactos políticos da sanção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu um jantar no Palácio da Alvorada com Moraes e outros ministros do STF. A presença de nomes como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso foi interpretada como sinal de unidade institucional, enquanto a ausência de figuras como Cármen Lúcia gerou especulações. Nos bastidores, a reunião foi vista como um gesto de apoio direto ao ministro e de repúdio velado à intervenção estrangeira.
STF deve usar primeira sessão para resposta pública
A primeira sessão plenária do STF após o recesso promete ser palco de um pronunciamento importante por parte de Moraes. Apesar de manter silêncio até agora, o magistrado estaria preparando uma manifestação pública que reforce a independência do Judiciário brasileiro. A Corte, como um todo, tem adotado postura de discrição, mas demonstra coesão interna diante da iniciativa norte-americana, considerada uma afronta por parte dos ministros.
Sanções americanas dividem cenário político no Brasil
A sanção contra Moraes reacendeu tensões políticas e ideológicas dentro do país. O governo dos EUA alega abuso de autoridade em processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo prisões preventivas e restrições a liberdades civis. Enquanto parlamentares progressistas criticam a medida como ingerência externa, setores ligados à direita a veem como reconhecimento internacional de críticas antigas ao STF, intensificando o clima de polarização.
Ala bolsonarista amplia ataques e pressiona STF
Figuras ligadas ao ex-presidente Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro, celebraram a sanção como uma vitória simbólica. O episódio foi rapidamente absorvido pela retórica bolsonarista, que acusa Moraes de autoritarismo e perseguição política. No entanto, especialistas alertam que o uso político do caso pode ampliar o desgaste institucional e comprometer a confiança pública no sistema judiciário.
Crise diplomática expõe dilema entre soberania e direitos humanos
A Lei Magnitsky é reconhecida por seu potencial de promover justiça internacional, mas seu uso contra uma autoridade do STF brasileiro levanta questionamentos sobre seletividade e interferência. Para analistas, a resposta do Brasil precisa equilibrar firmeza e diplomacia. Moraes, por sua vez, dá sinais de que seguirá atuando com prudência, evitando confrontos diretos enquanto busca preservar a integridade das instituições nacionais e a soberania do país.