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Tragédia em Santos: Sargento da PM mata esposa e fere filha em ataque brutal

Crime revela falhas no combate à violência doméstica praticada por agentes do Estado

Em uma noite que parecia comum, a cidade de Santos, no litoral paulista, foi abalada por uma tragédia que ecoará por muito tempo. Um sargento da Polícia Militar, treinado para proteger a sociedade, tornou-se o algoz da própria família ao assassinar brutalmente a esposa e ferir gravemente a filha. O crime, cometido dentro de casa, escancara não apenas o horror da violência doméstica, mas também falhas graves na forma como o Estado lida com agressores que carregam uma farda.


Um lar transformado em cena de horror

O chamado parecia ser mais um caso de violência doméstica entre tantos que a PM atende todos os dias. Mas, desta vez, o agressor era um dos seus. Samir, o sargento responsável pelo ataque, usou seu conhecimento tático e a rotina policial a seu favor para enganar os colegas de corporação e cometer o crime.

Quando os policiais chegaram ao local, encontraram Amanda, a esposa, e a filha do casal escondidas em um cômodo, sob os cuidados de um médico. Samir, aparentemente calmo e desarmado, passou uma falsa sensação de segurança aos colegas.

No momento em que os agentes tentaram retirar as vítimas, ele acessou rapidamente outro cômodo, onde havia escondido uma arma de fogo, e atirou contra mãe e filha. Não satisfeito, foi até Amanda, já caída no chão, e desferiu cerca de dez facadas, matando-a diante da filha. A adolescente, mesmo ferida, sobreviveu e foi encaminhada ao hospital em estado grave. Seu estado de saúde permanece sob sigilo.


Quando o agressor usa farda

Casos como este levantam uma questão urgente: como identificar e conter comportamentos violentos quando o agressor é também agente da lei? A posição de Samir dentro da Polícia Militar traz à tona perguntas inquietantes:

  • Havia sinais anteriores de violência?

  • A corporação sabia de algo e ignorou?

  • O agressor se escudava na autoridade para praticar abusos?

Essas são algumas das dúvidas que a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) busca responder com a investigação em curso. O sargento foi preso em flagrante e o caso está sendo tratado como feminicídio qualificado.


A ferida social da violência doméstica

Mais do que um crime bárbaro, o episódio representa uma ferida aberta em nossa estrutura social: a persistência da violência doméstica, muitas vezes naturalizada ou silenciada, mesmo entre aqueles que deveriam ser exemplo de proteção.

O fato de o agressor ser um policial militar agrava ainda mais o cenário. Revela o paradoxo doloroso de uma sociedade onde a figura que simboliza proteção pode, também, representar ameaça. Isso reforça a urgência de políticas eficazes nas forças de segurança para prevenir, identificar e afastar servidores com histórico de agressividade, especialmente em ambiente familiar.


Violência doméstica: números que gritam

O Brasil registra uma denúncia de violência doméstica a cada dois minutos. Em muitos desses casos, as vítimas convivem por anos com o agressor, sem apoio suficiente do Estado.

Quando o agressor é policial, o medo da impunidade se intensifica. É fundamental reforçar programas de acolhimento, denúncias anônimas, medidas protetivas e a atuação das corregedorias para garantir que nenhuma mulher fique à mercê de seu agressor, seja ele quem for.


Clamor por justiça e mudança

A tragédia em Santos provocou comoção popular e manifestações de protesto nas ruas e nas redes sociais. Organizações de defesa dos direitos das mulheres, líderes comunitários e cidadãos indignados pedem transparência na apuração dos fatos e mudanças concretas.

Sob pressão, o governador do Estado e a Secretaria de Segurança Pública prometeram reforçar os mecanismos de combate à violência de gênero nas forças de segurança.

Mas, para as famílias atingidas por essa violência, promessas não bastam.


Reflexão final: que esse não seja “apenas mais um caso”

O crime que chocou Santos não pode se tornar apenas mais um número na trágica estatística dos feminicídios. Ele precisa ser um ponto de virada, um chamado à responsabilidade do Estado e da sociedade para rever protocolos, fortalecer redes de apoio e romper o ciclo de silêncio e medo.

É hora de garantir que nenhuma mulher precise temer quem deveria amá-la e protegê-la.