Política

Lula rompe o silêncio e revela que anistia corre o “risco” de ser aprovada no Congresso

Lula reacende debate sobre anistia aos condenados do 8 de janeiro em visita a BH

Presidente fala em “risco real” de aprovação no Congresso

Durante visita ao Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, na última quinta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a abordar um dos temas mais polêmicos da política atual: a possibilidade de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro de 2023. Lula afirmou que, caso o tema seja levado a votação, há risco real de aprovação, já que o Congresso, segundo ele, “não é eleito pela periferia”.

Interrupção e resposta direta a manifestante

O evento, transmitido ao vivo no Instagram, reuniu comunicadores e lideranças comunitárias. Em certo momento, Lula foi interrompido por um grito da plateia: “sem anistia”. O presidente não deixou a provocação passar em branco e respondeu de forma firme. Ele criticou a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior e afirmou que a extrema-direita ainda exerce forte influência no Legislativo.

Pressão política e divisão entre direita e esquerda

A fala do presidente reflete um embate que vem se intensificando nos últimos meses. Enquanto setores da direita radical pressionam por uma anistia ampla, a esquerda rejeita a proposta, alegando que ela abriria um perigoso precedente de impunidade. O tema ecoa nas redes sociais, onde hashtags como “#SemAnistia” e “#AnistiaJá” disputam espaço constante nos trending topics.

Histórico da anistia na política brasileira

Embora reacenda fortes debates, a discussão sobre anistia não é inédita no país. Desde a redemocratização, em 1985, a palavra volta a aparecer em momentos de crise institucional. O atual contexto, no entanto, ganha novos contornos devido ao peso das redes sociais e à polarização política, que ampliam o alcance e a intensidade da disputa.

Proximidade com comunidades e discurso popular

Além de criticar a anistia, Lula buscou reforçar sua conexão com os moradores do Aglomerado. Ele destacou que as periferias não podem se afastar da política, já que são diretamente afetadas por decisões de Brasília. Em tom popular, afirmou que críticas ao governo são legítimas: “Se estiver errado, tem que meter o cacete mesmo”, declarou, arrancando aplausos e viralizando nas redes sociais.

Disputa deve marcar próximos meses no Congresso

Enquanto Lula tenta recuperar bases históricas em comunidades, a oposição segue pressionando pela pauta da anistia em Brasília. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, ainda não confirmou se colocará o tema em votação, mas há forte mobilização de bancadas conservadoras. No Senado, o PT promete resistência total. O episódio em BH mostra que o debate deve se tornar central nos próximos meses, com as ruas e as redes sociais desempenhando papel decisivo.