FIM DOS TEMPOS: Pastor é preso por @BUS4R de filhas gêmeas, elas estavam com… Ver mais

A Justiça de Alagoas sentenciou um pastor evangélico de 79 anos a 45 anos de prisão pelo crime de abuso sexual contra suas filhas adotivas. A decisão foi proferida pelo juiz Anderson Passos, da 1ª Vara da Comarca de Arapiraca, na última terça-feira (data a ser especificada). A condenação marca um desfecho para um caso que chocou a opinião pública e revelou um ciclo de violência que se estendeu por anos.
Anos de sofrimento e silêncio
As investigações conduzidas pelo Núcleo de Investigações Especiais da polícia apontaram que as vítimas foram abusadas desde os 7 anos de idade até os 14. O relato das meninas revelou um cenário de terror, onde os abusos ocorriam de forma sistemática e sob constantes ameaças.
“Depreende-se que as vítimas, quando ouvidas em sede inquisitorial e judicial, confirmaram, de maneira precisa, os toques lascivos e a consumacão da conjunção carnal, atos cometidos pelo réu enquanto este residia com as vítimas na condição de pai adotivo”, destacou o magistrado na sentença.
Uma história marcada por manipulação e traição
Os abusos tiveram início em Itaquaquecetuba, no estado de São Paulo, onde a família morava antes de se mudar para Alagoas. O pastor viveu no município paulista por cinco décadas e teve três filhos biológicos antes de adotar as gêmeas. A tragédia das meninas começou com a morte da primeira esposa do agressor. Posteriormente, ele se casou com a mãe biológica das crianças e assumiu a guarda delas, criando um falso ambiente de proteção familiar.
A manipulação psicológica foi um dos principais mecanismos usados pelo réu para manter as vítimas sob controle. Elas eram ameaçadas constantemente, e o medo impedia que denunciassem os abusos mais cedo. Além da violência sexual, o pastor também foi condenado a dois meses e seis dias de detenção por ameaças de morte contra as meninas.
Tentativa de inversão da culpa e justiça feita
Durante o julgamento, o condenado tentou se defender alegando que era seduzido pelas próprias filhas, numa tentativa desesperada de inverter a culpa. No entanto, os laudos periciais, os depoimentos das vítimas e as provas colhidas desmontaram completamente sua narrativa. O tribunal considerou essa estratégia uma tentativa cruel de revitimização das meninas.
A prisão do pastor ocorreu no município de Amaraji, interior de Pernambuco, para onde ele fugiu após a denúncia. Com a condenação, o juiz determinou que a pena seja cumprida inicialmente em regime fechado, sem possibilidade de progressão imediata.
Impacto e reflexões sobre o caso
Este caso reforça a necessidade de políticas mais efetivas de proteção às crianças e adolescentes, especialmente em contextos familiares onde o agressor ocupa uma posição de autoridade e respeito. O silêncio das vítimas, muitas vezes imposto pelo medo, é um dos principais desafios no combate a esse tipo de crime.
Organizações que atuam na defesa dos direitos infantis ressaltam que a população deve estar atenta a sinais de abuso e denunciar qualquer suspeita. A responsabilização desse pastor demonstra que a justiça está atenta a esses casos, mas também revela a importância de um suporte eficiente para as vítimas romperem o ciclo de violência.
Com essa condenação, espera-se que outras vítimas se sintam encorajadas a denunciar seus agressores, garantindo que crimes dessa natureza não fiquem impunes.