Ex-vice-presidente Mourão gera revolta ao dizer que Bolsonaro não merece anis… Ler mais

Mourão volta a defender anistia para envolvidos no 8 de Janeiro
Proposta de “pacificação nacional” volta ao debate
O debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 voltou a ganhar força no Congresso Nacional. Um dos principais defensores do tema é o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva e ex-vice-presidente da República. Em entrevista ao Correio do Povo, ele afirmou que a medida seria um caminho para a “pacificação nacional”, embora reconheça dificuldades em aprovar uma proposta ampla que inclua Jair Bolsonaro e militares investigados. Para Mourão, o mais viável é uma anistia restrita aos condenados diretamente pelos atos de vandalismo em Brasília.
Projeto parado no Senado reacende tensões
Mourão relembra que, ainda em 2023, apresentou um projeto no Senado com esse objetivo, mas a proposta segue sem avanços. O parlamentar compara o episódio a momentos turbulentos da história em que anistias foram aprovadas, ressaltando que, desta vez, não houve mortes, apenas depredação de prédios públicos. “Já tivemos revoltas, guerra civil, mortos. Agora, não tem nada disso. A anistia cairia bem nesse momento”, argumenta.
Disputa política sobre o alcance da medida
A discussão ultrapassa o campo jurídico e reflete a disputa política. Aliados de Bolsonaro defendem uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, incluindo líderes e articuladores do movimento. Por outro lado, cresce no Congresso a ideia de limitar a medida apenas aos condenados pela invasão das sedes dos Três Poderes. Mourão defende essa versão mais enxuta: “Acho que muito simples é aprovar para a turma do 8 de Janeiro”, diz, sugerindo que incluir Bolsonaro e militares pode inviabilizar o processo.
Críticas ao STF e defesa do papel do Legislativo
O senador também voltou a criticar o julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal, que, segundo ele, teria sido “viciado”. Mourão questiona o fato de os réus terem sido julgados diretamente pela Corte, sem possibilidade de recorrer a instâncias inferiores. Para ele, esse processo reforçou a sensação de injustiça em parte da sociedade e ampliou o clamor por anistia. Denúncias de supostas irregularidades nas investigações também foram citadas como argumento para que o Legislativo assuma protagonismo no tema.
Tarcísio de Freitas ganha espaço no debate
Outro nome citado por Mourão é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, segundo o senador, vem se destacando pela habilidade em dialogar com diferentes partidos. Essa articulação pode ser decisiva tanto para o futuro da pauta da anistia quanto para os projetos políticos em disputa nas eleições de 2026. Mourão avalia que Tarcísio já se posiciona como um ator estratégico no cenário nacional.
Anistia pode influenciar 2026
Apesar da movimentação, a aprovação da proposta depende do apoio de 41 senadores e, principalmente, da disposição do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em pautar o projeto. Mourão reconhece que o país segue dividido, mas acredita que o debate sobre a anistia — restrita ou ampla — será central no processo eleitoral de 2026. Em tom de apelo, o general da reserva resume: “Estamos nos atacando mutuamente. Precisamos zerar o jogo”.