Morte de Ruy Ferraz choca o país e expõe ousadia do crime organizado
Na última segunda-feira (15), o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz, de 63 anos, foi brutalmente executado em Praia Grande, no litoral sul paulista. Reconhecido pelo combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Ferraz perdeu a vida após uma perseguição que terminou com a colisão de seu veículo contra um ônibus. O ataque, marcado por violência extrema, acendeu um alerta sobre os riscos enfrentados por autoridades que dedicam a carreira a enfrentar organizações criminosas.
Carreira marcada pelo combate ao PCC
Ruy Ferraz ganhou notoriedade nos anos 2000, quando teve papel decisivo na identificação e no mapeamento da estrutura do PCC. Com habilidade investigativa, foi o primeiro a delinear um organograma da facção, expondo sua hierarquia e funcionamento. Esse trabalho rendeu avanços significativos para a Polícia Civil e para o sistema de Justiça no enfrentamento do crime organizado, como destacou a desembargadora Ivana David, em entrevista à CNN.
Investigador de casos de grande repercussão
O ex-delegado também esteve à frente de investigações de peso, incluindo o assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, o Machadinho, morto em 2003 sob ordens do PCC. Além disso, teve atuação estratégica durante os ataques coordenados da facção em 2006, quando São Paulo viveu dias de caos. Esses episódios consolidaram sua reputação como um dos mais importantes investigadores na luta contra o crime organizado no Brasil.
Execução planejada com precisão
As imagens da execução revelam a frieza e a preparação dos criminosos. Durante a perseguição, uma SUV cercou o carro de Ferraz de forma coordenada, indicando que os executores eram treinados e experientes. O ex-delegado foi atingido por mais de dez disparos, numa ação que não apenas tirou sua vida, mas também chocou a sociedade e escancarou a ousadia de grupos criminosos em atacar figuras ligadas à segurança pública.
Polícia mobiliza esforços para identificar envolvidos
As investigações seguem em andamento com apoio de câmeras de segurança e tecnologias de rastreamento. Um dos veículos usados no crime já foi localizado, e a polícia trabalha para identificar os suspeitos e suas conexões. A execução de Ferraz levanta questionamentos sobre o alcance do poder do PCC e a necessidade de reforçar medidas de proteção a agentes da lei, mesmo após a aposentadoria.
Legado de coragem e chamado por justiça
A morte de Ruy Ferraz não será lembrada apenas como uma tragédia, mas como símbolo da luta constante contra o crime organizado no Brasil. Seu legado de coragem, determinação e serviço público permanece vivo. Agora, familiares, colegas e a sociedade aguardam respostas rápidas e justiça, para que o ato covarde não caia na impunidade e para que a memória de Ferraz seja honrada.
