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Essas são as ultimas imagens de Preta Gil antes de sua morte, el… Ver mais

A cantora e atriz Preta Gil, ícone da música brasileira e figura carismática da cena artística nacional, faleceu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, após uma longa e corajosa batalha contra o câncer. Seus últimos dias foram vividos longe do Brasil, em solo norte-americano, onde buscava, com esperança e determinação, uma chance de sobreviver através de um tratamento experimental.

Preta lutava contra um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023. Na época, ela se submeteu a sessões intensas de quimioterapia e a uma cirurgia para remoção do tumor. Por um tempo, parecia que a batalha havia sido vencida. No entanto, a doença retornou de forma agressiva no segundo semestre de 2024. Seis novos focos foram detectados, atingindo o peritônio e o sistema linfático. Uma nova cirurgia, que durou impressionantes 21 horas, foi realizada em dezembro do mesmo ano.

Essa última intervenção exigiu que Preta passasse a usar, de forma definitiva, uma bolsa de colostomia — o que ela revelou ao público com a franqueza e autenticidade que sempre marcaram sua carreira. “Eu estou me acostumando com a minha bolsinha de colostomia. Dessa vez, ela é definitiva, não mais provisória como no ano passado. E sou muito grata a ela por me manter viva”, declarou a artista em uma publicação comovente, que mobilizou milhares de fãs e admiradores.

Em maio de 2025, sem mais opções de tratamento no Brasil, Preta viajou aos Estados Unidos com a esperança renovada de encontrar um novo caminho. Ela embarcou rumo a um centro médico especializado em terapias experimentais entre Nova York e Washington, sempre acompanhada por amigos próximos, familiares e profissionais de saúde.

Durante essa etapa difícil, Preta não se isolou. Pelo contrário: compartilhou sua rotina, sentimentos e momentos íntimos com seus seguidores nas redes sociais. Em uma de suas últimas publicações, abriu um álbum de fotos e vídeos com registros dos dias nos EUA. Com palavras tocantes, ela revelou como se preparava espiritualmente para o novo ciclo de tratamento:

“A vida acontecendo e eu entre Nova York e Washington! Começo meu tratamento dia 10. Enquanto isso, vou me fortalecendo fisicamente e espiritualmente, recebendo muito amor. Amo todos vocês, obrigada por todas as mensagens diárias, orações e energia positiva. Vocês me curam!”

Essa conexão genuína com o público, cultivada ao longo de décadas de carreira, fez com que a comoção nas redes sociais fosse imediata assim que a notícia de sua morte foi confirmada. Amigos, artistas, fãs e autoridades lamentaram a perda de uma das vozes mais marcantes da cultura brasileira contemporânea.

Filha de Gilberto Gil e da empresária Sandra Gadelha, Preta Gil cresceu em meio à arte, à música e ao ativismo. Com uma trajetória marcada pela quebra de padrões, ela se destacou não apenas como cantora e atriz, mas também como símbolo de empoderamento feminino, corpo livre e combate ao preconceito. Sempre defendeu pautas sociais importantes, como a luta contra o racismo, a gordofobia e a LGBTfobia.

Seus últimos dias foram vividos de forma intensa, cercada de afeto. Mesmo enfrentando dores e limitações físicas, ela fez questão de estar com pessoas queridas — anônimos e famosos que a acompanharam durante toda a jornada. Suas redes sociais, cheias de fotos, sorrisos e desabafos, tornaram-se um verdadeiro diário emocional e inspirador para quem acompanhava de longe sua batalha.

A morte de Preta Gil encerra um ciclo de coragem e entrega, mas também deixa um legado poderoso de autenticidade, fé e amor à vida. Sua despedida não foi marcada por silêncio, mas por palavras que ecoarão por muito tempo entre os que aprenderam a admirar sua força e humanidade.

A cantora deixa um vazio na música e na cultura nacional, mas sua história continuará sendo contada — nos palcos, nos bastidores, nas redes, nos corações. A mulher que sempre viveu com intensidade e verdade partiu como viveu: lutando até o fim.