Notícias

Coube à tia de Juliana a menina do s0c0 no elevador, dar triste notícia ao Br… Ver mais

Cirurgia adiada expõe fragilidade de vítimas de violência

A esperada cirurgia de reconstrução facial de Juliana Garcia, 35 anos, marcada para esta terça-feira (29), foi adiada devido a um edema severo no rosto. A jovem, brutalmente agredida com 61 socos pelo ex-companheiro Igor Cabral, ex-jogador de basquete, permanece em casa, em recuperação. O crime, ocorrido dentro de um elevador em Natal (RN), no dia 21 de julho, causou comoção nacional e reacendeu a discussão urgente sobre violência de gênero no Brasil.


“Eu não consigo chamá-lo de homem”, diz tia da vítima

Em entrevista ao jornal O Globo, Jaqueline Garcia, tia de Juliana, classificou o agressor como “um monstro” e revelou a indignação da família com a gravidade do caso. A revolta expressa não é apenas pessoal — ela reverbera em milhões de brasileiros que acompanharam, horrorizados, as imagens das agressões. A reação popular tem sido marcada por uma onda de solidariedade e pedidos de justiça nas redes sociais.


Ataque brutal foi registrado por câmeras do elevador

As imagens da câmera de segurança do condomínio mostram Igor Cabral desferindo uma sequência de socos violentos contra Juliana, sem chance de defesa. O laudo médico confirma fraturas em regiões como órbitas oculares, nariz, maxilar e mandíbula. Profissionais da saúde relataram choque diante da intensidade das lesões. Os danos físicos são graves, mas os psicológicos devem exigir um longo processo de reabilitação.


Justiça atua, mas país cobra mais do que prisões

Igor foi preso em flagrante e teve a detenção convertida em preventiva. Ele responderá por tentativa de feminicídio, crime previsto em lei, mas que ainda encontra dificuldades de enfrentamento efetivo no país. Juliana, segundo familiares, vivia sob tensão no relacionamento, mas nunca registrou ocorrência — realidade comum entre vítimas que enfrentam medo, isolamento e a ausência de mecanismos eficazes de proteção.


Brasil registra um feminicídio a cada sete horas

O caso de Juliana escancara um problema estrutural: a violência contra a mulher segue em níveis alarmantes. Em 2023, foram mais de 1.400 feminicídios no Brasil. Especialistas apontam que o combate efetivo depende de políticas públicas consistentes, educação para a equidade de gênero e fortalecimento das redes de apoio. A comoção em torno do caso mostra que a sociedade não tolera mais a omissão.


Reconstrução do rosto e da vida exige força e justiça

Com a cirurgia adiada, Juliana segue em observação médica e apoio psicológico. A jovem terá um longo caminho de recuperação pela frente — físico, emocional e social. Mas sua luta, agora visível para o país inteiro, também representa a resistência de milhares de mulheres que enfrentam relacionamentos abusivos todos os dias. A pergunta que fica é: quantas ainda precisarão gritar por socorro para que algo, de fato, mude?