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Caso Heloysa: Padrasto diz que ‘mãe mandou matar a filha’ só porque ela t… Ver mais

A Tragédia de Cuiabá: Heloysa Maria, a Adolescente Silenciada pela Intolerância

Uma madrugada que revelou o horror:
Na última quarta-feira (23), Cuiabá amanheceu em luto. Após dias de buscas desesperadas, o corpo da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de apenas 16 anos, foi encontrado no fundo de um poço.
O brutal assassinato da jovem abalou não apenas a cidade, mas também expôs, de forma dolorosa, os perigos invisíveis que rondam muitos lares brasileiros.


O Crime Que Escancarou a Intolerância

As investigações avançaram rapidamente após o alerta de roubo de um veículo no qual Heloysa teria sido vista.
Com o auxílio do sistema de monitoramento Vigia Mais MT, a polícia localizou e prendeu os principais suspeitos. O que veio à tona, porém, foi ainda mais perturbador: o próprio padrasto da adolescente, Benedito Anunciação de Santana, confessou envolvimento no crime — e apontou a mãe de Heloysa, Suellen de Alencastro Arruda, como mandante do assassinato.

O motivo revelado em depoimento é devastador: Suellen nunca teria aceitado a orientação sexual da filha.
“Ela pediu para eu resolver isso. Agora precisa ter coragem de assumir o que pediu”, declarou Benedito, em uma confissão que chocou o país.


Uma Vida Encerrada Pelo Fio da Intolerância

Outro suspeito, Gustavo Benedito Junior, filho de Benedito, também foi preso e confessou participação no assassinato.
Segundo os investigadores, Heloysa foi estrangulada com um cabo USB, num ato de brutalidade que evidencia o desprezo absoluto pela vida da jovem.

Suellen, que inicialmente se apresentava como uma mãe desesperada com o desaparecimento da filha, agora é formalmente investigada como coautora do crime, que está sendo tratado como homicídio qualificado, com agravantes relacionados à intolerância e homofobia.


A Urgência de Proteger Jovens LGBTQIA+

O assassinato de Heloysa escancara uma realidade alarmante: muitos jovens LGBTQIA+ ainda vivem sob ameaça dentro dos próprios lares — locais que deveriam ser espaços de amor, proteção e acolhimento.

Apesar de avanços em direitos e políticas públicas, a intolerância sexual continua a ceifar vidas, seja através da violência explícita ou do silêncio e da negligência.

O caso de Heloysa é um alerta: é necessário fortalecer mecanismos de denúncia e acolhimento para jovens em situação de risco, além de promover uma educação que valorize a diversidade, o respeito e a dignidade humana.


Reflexão Necessária: Onde Falhamos?

O lar deve ser o primeiro refúgio de qualquer criança e adolescente.
Quando esse espaço se transforma em um cenário de opressão e violência, é responsabilidade de toda a sociedade agir: acolher, proteger, denunciar.

Quantas vozes ainda precisarão ser silenciadas pela intolerância?
Quantas famílias precisam compreender que amor não se condiciona à orientação sexual, gênero ou identidade?


Justiça Por Heloysa e Por Todos Que Não Puderm Ser Quem São

Mais do que a punição dos culpados, a tragédia de Cuiabá exige uma resposta firme da sociedade.
A memória de Heloysa Maria deve se tornar um símbolo de luta — por respeito, inclusão e a construção de lares verdadeiramente seguros para todos os jovens.

O assassinato de Heloysa é um grito que não pode ser ignorado.
É um chamado urgente para romper o ciclo de violência e preconceito que, silenciosamente, continua a tirar vidas.


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