Morre Pedro Farah, o eterno Farnetto, aos 95 anos no Rio de Janeiro

Ícone da TV e do humor brasileiro

O Brasil se despediu nesta quinta-feira (4) de Pedro Farah, o inesquecível Farnetto, que morreu aos 95 anos no Rio de Janeiro. Com uma carreira de mais de 70 anos, o ator e comediante marcou gerações em produções como Planeta dos Homens, Os Trapalhões e Zorra Total. Sua trajetória foi além de personagens cômicos: construiu memórias afetivas que ajudaram a moldar a cultura popular e o humor televisivo no país.

Últimos momentos e despedida emocionante

Conhecido como “Tio Pedro” por colegas e fãs, o humorista passou mal em casa, na Zona Sul do Rio, e foi levado ao hospital Copa D’Or, em Copacabana. Segundo a filha, Ivete Farah, ele sofreu uma queda de pressão e, já internado, não resistiu a um infarto. A notícia se espalhou rapidamente, provocando uma onda de homenagens de artistas e instituições ligadas à TV, que reconheceram em Farah uma das figuras mais queridas do entretenimento brasileiro.

Uma vida dedicada à televisão

Nascido em uma época em que a televisão ainda dava seus primeiros passos, Pedro Farah acompanhou a consolidação do veículo como principal forma de entretenimento nacional. Atuou em mais de 30 novelas, a maioria na Globo, sempre deixando sua marca em papéis coadjuvantes que se tornaram inesquecíveis. Sua versatilidade transitava entre a comédia de esquetes e a dramaturgia, conquistando tanto o público popular quanto o mais exigente.

O auge nas décadas de ouro

O reconhecimento maior veio nos anos 1970 e 1980, quando integrou o elenco de Planeta dos Homens e Os Trapalhões, maior sucesso de audiência da TV brasileira. Nos anos 1990 e 2000, consolidou ainda mais sua imagem no Zorra Total, em quadros que marcaram época. Farnetto tornou-se, assim, uma figura familiar para milhões de brasileiros, reconhecido nas ruas como um “vizinho de todos” que fazia parte da vida cotidiana do país.

Discrição e amor pela família

Apesar da fama, Pedro Farah levava uma vida simples e reservada. Amigos próximos o descrevem como um homem afetuoso, apaixonado por conversas longas e pela convivência familiar. Sua filha Ivete recordou emocionada os últimos dias: “Ele acreditava no poder do humor para transformar momentos difíceis em instantes de alegria. Viveu para a arte e para o público que tanto amava”.

Legado eterno no imaginário nacional

A morte de Farnetto encerra um capítulo essencial da história da televisão brasileira. Sua capacidade de se reinventar e permanecer relevante ao longo de tantas décadas reflete não apenas talento, mas também resiliência. Seu legado permanece vivo nas reprises, nos bordões e na inspiração de novos artistas que seguem seus passos. Ao se despedir de Pedro Farah, o Brasil celebra não só sua obra, mas o privilégio de ter rido com ele — um riso que seguirá ecoando nmemória coletiva do país.