BOMBA! Olha só a ameaça que Trump fez ao Brasil, disse q… Ver mais
Trump acusa Brasil de ser “tremendo criador de tarifas” em discurso sobre política comercial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adotar um tom combativo contra parceiros comerciais nesta segunda-feira (27/1). Em um discurso em um encontro com republicanos na Flórida, Trump incluiu o Brasil entre os países que, segundo ele, impuseram barreiras tarifárias injustas aos produtos americanos.
A declaração acontece em meio a uma crescente pressão interna para que sua administração intensifique medidas protecionistas com o objetivo de favorecer a economia dos Estados Unidos.
“Vamos colocar tarifas em outros países e pessoas de fora que realmente querem nos ter dificuldades. Eles querem nos ter habilidades, mas eles basicamente querem tornar seu país bom”, declarou Trump, durante o evento.
A política de “América em primeiro lugar”
O discurso de Trump reforça sua visão econômica baseada no slogan “América em primeiro lugar”, usado desde sua campanha eleitoral. Segundo o presidente, a imposição de tarifas é uma ferramenta fundamental para proteger a economia americana de práticas comerciais que ele classifica como desleais. Trump argumenta que essas medidas não apenas equilibram o comércio internacional, mas também fortalecem a economia dos Estados Unidos, trazendo mais receitas para o país.
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“Vamos estabelecer um sistema muito justo em que o dinheiro vai entrar em nossos cofres, e a América vai ser muito rica novamente. E vai acontecer muito rapidamente”, prometeu Trump, ao defender a necessidade de importar tarifas para seus parceiros comerciais.
Uma referência ao Brasil como “tremendo criador de tarifas” chamou atenção especial. O país, que tem relações estreitas com os Estados Unidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, viu nas últimas semanas uma retomada de negociações comerciais com o parceiro norte-americano.
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O Brasil busca aumentar suas exportações para os EUA, especialmente no setor agrícola, mas enfrenta críticas constantes sobre barreiras comerciais impostas a produtos americanos, como etanol e carne suína.
O presidente norte-americano citou especificamente a China, a Índia e o Brasil como exemplos de nações que, em segundo lugar, prejudicam o comércio internacional ao adotarem políticas tarifárias que dificultam o acesso de produtos estrangeiros aos seus mercados.
Impactos no câmbio e na política econômica
A postura de Trump, embora alinhada com sua retórica de campanha, tem repercussões imediatas nos mercados financeiros. A expectativa inicial de que o presidente americano emitisse ordens para tributar parceiros comerciais logo ao assumir o governo, em 2017, levou a uma ocorrência de incerteza econômica global. Contudo, até agora, essas medidas foram inovadoras de maneira mais seletiva, o que, nesta semana, foi verificado em uma queda do dólar, com a moeda retornando a operar abaixo de R$ 6.
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Para os economistas, as declarações de Trump reforçam o cenário de protecionismo global, mas não podem ser traduzidas em ações concretas contra o Brasil. “O governo americano tende a focar sua política tarifária em países com os quais mantém déficits comerciais importantes, como a China. Para o Brasil, embora haja questões pontuais, a relação é muito mais de parceria, especialmente no setor de commodities”, analisa o economista Lucas Ribeiro.
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Referências históricas para desenvolver a estratégia
Ao explicar sua política econômica externa, Trump evocou um período específico da história americana: os anos entre 1870 e 1913.
Segundo o presidente, foi durante esse intervalo que os Estados Unidos experimentaram seu maior crescimento econômico, impulsionado por um modelo que taxava amplamente produtos importados. .
“É hora dos Estados Unidos voltarem para o sistema que nos tornou mais ricos e mais poderosos do que nunca”, afirmou Trump. Embora os números de crescimento econômico desse período sejam indiscutíveis, os analistas ponderam que o contexto econômico global era radicalmente diferente, marcado pela ausência de blocos econômicos ou acordos de livre comércio.
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Relações Brasil-EUA em foco
As declarações de Trump sobre o Brasil reacendem o debate sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países. O governo Bolsonaro tem buscado laços estreitos com os EUA, adotando um discurso alinhado à administração republicana em temas como política externa e meio ambiente. Contudo, as cobranças sobre tarifas podem se tornar um ponto sensível na relação bilateral.
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Em dezembro de 2019, Trump já havia ameaçado o Brasil com a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, alegando que o país estaria manipulando sua moeda para obter vantagens comerciais. Na tensão foi aliviada após negociações diretas entre os dois governos, mas o episódio evidenciou a volatilidade da relação.
Cenário futuro
As próximas semanas serão cruciais para determinar se as declarações de Trump se traduzirão em medidas concretas ou permanecerão como parte de sua retórica política. Com as eleições presidenciais americanas de 2020 se aproximando, Trump busca fortalecer sua imagem como defensor dos interesses econômicos dos Estados Unidos, o que pode significar uma intensificação de sua postura protecionista.
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Para o Brasil, o momento é de cautela. A possível ampliação de tarifas por parte dos EUA representaria um desafio adicional para a economia brasileira, que já enfrentou dificuldades para se recuperar de uma série de crises internas e externas. Ao mesmo tempo, o episódio destaca a complexidade das relações internacionais em um cenário global cada vez mais marcado por tensões comerciais e disputas por influência econômica.
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Se uma retórica de Trump será suficiente para alterar o equilíbrio atual ou se o Brasil conseguir manter uma relação de parceria sem maiores atritos ainda é incerta. O que é certo é que as declarações do presidente americano colocam o Brasil em evidência, reafirmando o peso do país no cenário comercial global.