Na última quarta-feira, 26 de março, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar publicamente após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso envolve uma acusação grave: suposta tentativa de golpe de Estado. Além dele, outras sete pessoas também foram formalmente acusadas e agora enfrentam um processo que pode levar a penas severas.
Em tom desafiador, Bolsonaro reagiu à decisão com declarações contundentes. Durante um evento com apoiadores, ele afirmou: “Se eu tivesse devendo qualquer coisa, eu não estaria aqui. Fui para os Estados Unidos graças a Deus, porque se eu estivesse aqui no dia 8 de janeiro, estaria preso até hoje, ou morto. Eu preso vou dar trabalho.” A fala gerou repercussão imediata, dividindo opiniões entre seus apoiadores e críticos.
O julgamento do caso foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Com a aceitação da denúncia, a ação penal entra em uma nova fase, que incluirá apresentação de defesa, oitivas de testemunhas e audiências judiciais. Especialistas consultados pela CNN Brasil estimam que, caso seja condenado pelos crimes atribuídos a ele — entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado — Bolsonaro pode pegar até 39 anos de prisão.
O documento da Procuradoria-Geral da República (PGR) detalha a acusação e sustenta que os crimes não ocorreram de forma isolada, mas foram parte de um suposto plano contínuo que visava manter Bolsonaro no poder ou, posteriormente, reconduzi-lo à Presidência da República por meios ilegais.
Essa reviravolta jurídica surge em um momento delicado para o ex-presidente, que nos últimos anos tem travado embates frequentes com o STF. Desde o fim de seu mandato, Bolsonaro tem se posicionado contra decisões da Corte e reiterado sua tese de perseguição política. Seus discursos costumam reforçar a narrativa de que estaria sendo vítima de um sistema que busca silenciá-lo.
A acusação também pode trazer consequências diretas para o cenário político nacional, especialmente com a proximidade das eleições de 2026. O futuro de Bolsonaro no meio político segue incerto, e a depender do desdobramento do caso, sua elegibilidade pode ser afetada. Vale lembrar que ele já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o que, na prática, o impede de disputar cargos públicos até 2030.
Apesar das dificuldades jurídicas, Bolsonaro ainda conta com forte apoio de sua base política e de aliados dentro e fora do Congresso. Parlamentares bolsonaristas já começaram a se mobilizar em defesa do ex-presidente, enquanto seus opositores avaliam que o julgamento é um marco importante para a democracia brasileira.
O desenrolar desse processo promete ser um dos principais acontecimentos políticos dos próximos meses. A expectativa agora é sobre os próximos passos da defesa de Bolsonaro e o impacto das decisões judiciais sobre o cenário eleitoral e institucional do país.
O Brasil está acompanhando esse julgamento, que promete trazer grandes novidades no caso, e mudar o rumo de muitos na politica brasileira, após todas as acusações que enfrenta o ex presidente.
