Áudios inéditos exibidos no Fantástico complicam a situação de Bolsonaro e aliados
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Neste último domingo, dia 23 de fevereiro, o programa Fantástico, da emissora Globo, exibiu áudios inéitos que mostram detalhes da articulação para um golpe de Estao no Brasil e que envolve Bolsonaro e os seus aliados.Os arquivos, extraídos de celulares e computadores foram apreendidos pela Polícia Federal (PF), e mostram conversas entre militares e civis envolvidos em um plano que tinha como objetivo romper a ordem democrática.
Os áudios também evidenciam a ligação direta entre a cúpula golpista ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, os acampamentos em frente a quartéis pelo país e os atos de depredação ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.Até o momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 34 pessoas pela tentativa de golpe, incluindo Bolsonaro e 24 militares.
As investigações apontam que oficiais de alto escalão das Forças Armadas mantinham contato direto com manifestantes que contestavam o resultado das eleições de 2022 e buscavam apoio para pressionar o governo.Em um dos áudios, um tenente do Exército, sugere que os militares precisariam “sair das quatro linhas” da Constituição para retomar o controle da situação. Essa fala indica uma clara intenção de romper com o ordenamento jurídico democrático.
De acordo com a PF, a estratégia do grupo era prolongar os protestos nas ruas e fomentar a desconfiança em relação às urnas eletrônicas, criando um ambiente propício para justificar uma intervenção militar.Quando não tinham autoridade para atender às demandas dos manifestantes, os militares recorriam a aliados dentro do governo para que as reivindicações chegassem ao então presidente Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal apreendeu cerca de 1,2 mil equipamentos eletrônicos e extraiu um total de 255 milhões de mensagens, incluindo áudios e vídeos que seguem sendo investigados.A perícia já elaborou 1.214 laudos, que, segundo os investigadores, comprovam a articulação golpista e revelam que integrantes do governo Bolsonaro tentaram influenciar comandantes militares a aderirem ao movimento.