No último domingo, 20 de julho, o Brasil se despediu de Preta Gil, cantora, empresária e figura marcante da cultura nacional, que faleceu aos 50 anos em decorrência de um câncer colorretal.
Em meio ao luto coletivo, seu filho único, Francisco Gil, compartilhou uma homenagem profundamente tocante nas redes sociais, revelando os últimos momentos ao lado da mãe e uma mensagem simbólica de seu avô, Gilberto Gil.
Amor como força vital
Francisco descreveu a última noite com Preta como um momento de conexão silenciosa e intensa. “Você dormia, e eu acompanhava cada respiração sua. Você segurava minha mão com força… e eu sem entender de onde você tava tirando aquela força”, escreveu o músico.
A força de Preta, segundo ele, vinha do amor — amor pela vida, pela neta Sol de Maria, pela família e por todos que torciam por sua recuperação.
Essa perspectiva revela não apenas o vínculo entre mãe e filho, mas também a essência de Preta Gil como mulher: alguém que amava com intensidade e generosidade. “Você foi implacável amando”, declarou Francisco, destacando que o amor sempre foi ação para sua mãe, nunca estagnação.
A espiritualidade como consolo
Em um dos trechos mais marcantes da homenagem, Francisco compartilhou uma frase dita por Gilberto Gil após a partida da filha: “Que agora venham os 50 bilhões de anos…”. A mensagem, carregada de espiritualidade e pertencente à tradição do axé, reforça a ideia de que a morte não é um fim, mas uma mudança de perspectiva.
Essa visão espiritual permeia todo o relato de Francisco, que descreve o olhar da mãe como cheio de mistério, coragem e curiosidade.
“No seu adeus tinha também um até logo”, escreveu, sugerindo que a presença de Preta permanece viva em outras formas.
Um legado que transcende a música
Preta Gil deixa um legado que vai além da música. Sua trajetória foi marcada pela luta contra o racismo, pela valorização da diversidade, pela defesa da comunidade LGBTQIAPN+ e pela promoção da autoaceitação.
Sua partida mobilizou uma rede de apoio nacional, evidenciando o impacto que teve na vida de milhares de pessoas.
Francisco, integrante do trio Os Gilsons, também representa essa continuidade. Ao lado de seus tios e primos, ele carrega o nome e a sonoridade da família Gil, mantendo viva a tradição musical e os valores herdados de seus pais e avós.
A dor da perda e a beleza da memória
A despedida de Francisco é um testemunho de dor, mas também de beleza. Ele revela que tentou se despedir sem que a mãe percebesse, mas que ela sorriu — um gesto que ele jamais esquecerá.
“Seu olhar tinha muito mistério… mas entendi. A gente sempre se entende”, escreveu.
Essa conexão profunda entre mãe e filho, entre gerações de artistas e entre o público e Preta Gil, é o que transforma essa despedida em um momento coletivo de reflexão, amor e gratidão.
