Após taxação, Lula manda recado a Trump, e choca ao dizer q… Ver mais

Lula rebate Trump após ameaça de taxação e afirma: “Brasil não será tutelado por ninguém”
Uma carta inesperada assinada por Donald Trump movimentou os bastidores da diplomacia brasileira nesta semana. O ex-presidente dos Estados Unidos, que tenta retornar à Casa Branca nas próximas eleições, ameaçou impor tarifas ao Brasil sob a justificativa de uma “relação comercial injusta” e uma suposta “perseguição judicial” contra seu aliado, Jair Bolsonaro.
A reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi imediata e contundente. Em nota oficial e em postagens nas redes sociais, ele classificou a tentativa como inaceitável e acionou mecanismos legais para responder à altura.
Lei da Reciprocidade entra em cena
Diante da ameaça de sobretaxas, o governo brasileiro anunciou a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso Nacional. Essa legislação permite que o Brasil adote medidas proporcionais contra países que pratiquem ações comerciais unilaterais e prejudiciais à economia nacional.
“O Brasil é um país soberano. Não aceitará imposições externas nem tentativas de tutela política. Qualquer elevação tarifária sem acordo será respondida dentro da lei”, afirmou Lula.
Números desmentem alegações de Trump
Além do tom político, a carta de Trump tentou sustentar que os EUA estariam em desvantagem nas trocas comerciais com o Brasil. Lula, no entanto, rebateu com dados oficiais que desmontam a tese: nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit de US$ 410 bilhões nas relações com o Brasil.
Só em 2024, segundo dados do próprio governo americano, o Brasil importou US$ 40,6 bilhões em produtos dos EUA e exportou US$ 40,3 bilhões, o que significa um déficit para o lado brasileiro.
“O suposto prejuízo norte-americano não existe. Trata-se de uma narrativa eleitoral sem base na realidade econômica”, declarou Lula em seu pronunciamento.
Bolsonaro e o recado sobre soberania
O trecho mais sensível da carta de Trump, no entanto, foi a menção direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Trump, a retaliação comercial seria uma resposta à “perseguição judicial” sofrida pelo ex-chefe do Executivo brasileiro.
Lula respondeu com firmeza: “Os processos contra Bolsonaro tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ambos órgãos independentes. Nenhuma nação tem o direito de interferir no sistema de Justiça brasileiro.”
Ministros do governo reforçaram a posição, classificando a atitude de Trump como “grave afronta à soberania nacional”.
Retaliação à vista
A orientação do Palácio do Planalto foi clara: o Itamaraty e o Ministério da Fazenda já trabalham em possíveis contramedidas. Entre as alternativas estão sanções, sobretaxas a produtos norte-americanos e articulação com parceiros comerciais para denunciar a tentativa de ingerência política.
“Não permitiremos que disputas eleitorais estrangeiras comprometam os interesses do Brasil”, disse uma fonte do governo federal.
Um gesto político que pode ter alto custo diplomático
Analistas políticos acreditam que a carta de Trump faz parte de sua estratégia de campanha, com o objetivo de agradar à base conservadora e reforçar laços com Bolsonaro. No entanto, a jogada pode ter consequências sérias para o relacionamento comercial entre os dois países, especialmente se o Brasil optar por endurecer as medidas de retaliação.
Enquanto isso, o governo brasileiro se prepara para mostrar que o país não aceitará ser colocado contra a parede — nem mesmo por uma potência global.