Política

Após receber duras críticas de global, Jair Bolsonaro responde Antônio Fagundes: “Atua bem”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu recentemente ao comentário do ator Antônio Fagundes, que o criticou durante uma entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Na conversa, Fagundes disse que o político conservador foi “eleito para destruir a tolerância”. Em um rápido post no X (antigo Twitter), Bolsonaro se manifestou sobre a fala de Fagundes, compartilhando uma reportagem do site Pleno.News que abordava o comentário do ator e escrevendo apenas: “Um bom ator! Um forte abraço!”.

Na entrevista, Fagundes também afirmou que Bolsonaro já estava se preparando para atacar a democracia desde sua campanha presidencial em 2018. O ator, que é conhecido por seu apoio a algumas causas progressistas, disse que o ex-presidente já havia “preparado um golpe”, e que essa informação não vinha de “inteligência artificial, não foi ninguém. Foi ele”. Essa declaração, claro, gerou uma série de reações tanto de apoiadores quanto de opositores de Bolsonaro.

O ator ainda falou sobre o comportamento de muitos seguidores do ex-presidente, criticando o fato de muitos estarem completamente cegos às ações dele, simplesmente o tratando como “mito”. Fagundes disse que, mesmo quando alguém tenta alertar sobre o que está sendo feito, uma parte da população se recusa a ouvir, dizendo apenas que o ex-presidente é “o mito”, o que, segundo ele, resulta em um tipo de cegueira ideológica.

“Mesmo quando a pessoa está dizendo [o que vai fazer], ele [o cidadão] não ouve mais. É só ‘é o mito, é o mito’. O que quer dizer isso? Quer dizer que ele pode falar o que quiser, que eu não estou ouvindo. Estou seguindo palavras de ordem. Isso é ruim para qualquer ideologia”, completou o ator.

A relação entre Bolsonaro e Fagundes tem sido tensa há um tempo. Nos últimos anos, o ator, que no passado chegou a apoiar campanhas de políticos como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem se mostrado cada vez mais crítico do ex-presidente e de seus seguidores. Por outro lado, Bolsonaro também tem mantido uma postura defensiva, respondendo frequentemente aos ataques com ironia ou críticas diretas.

No entanto, apesar dessa troca de farpas, é importante notar que a figura do ex-presidente continua sendo polarizadora no Brasil. Para muitos de seus apoiadores, Bolsonaro continua sendo um líder que defende os valores conservadores e luta contra o que eles chamam de “ideologias de esquerda”. Já para os críticos, ele representa uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão. Fagundes se insere nesse grupo de críticos, que acredita que Bolsonaro e sua base de apoio contribuem para um clima de intolerância no país.

A questão da intolerância, aliás, é um ponto crucial do debate. Fagundes e outros críticos apontam que, ao tratar qualquer crítica ou oposição como um ataque, Bolsonaro e seus aliados acabam dificultando o diálogo democrático. Isso é algo que preocupa muita gente, pois, para a democracia funcionar bem, é preciso que haja espaço para a pluralidade de ideias e para o debate saudável entre diferentes visões de mundo.

Fica claro que, com o passar dos anos, as tensões entre figuras públicas de diferentes espectros políticos têm aumentado. Em um cenário em que as redes sociais amplificam as declarações e reações, a polarização tem ganhado força, e a postura de figuras como Fagundes e Bolsonaro acaba gerando um reflexo dessa divisão. No fundo, é um reflexo de como a política brasileira está cada vez mais difícil de ser compreendida sem paixões à parte.

Apesar das críticas e defesas, é essencial que, independentemente de que lado a pessoa esteja, o diálogo continue, pois é ele que fortalece as bases da democracia. No fim das contas, todos os envolvidos têm, em algum grau, o poder de contribuir para a construção de um ambiente mais tolerante ou mais polarizado. O que resta é entender em qual direção o país vai caminhar nos próximos anos.