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Polícia encontra verdadeira fortuna em operação contra dono da Ultrafarma

Operação Ícaro desarticula esquema bilionário no fisco paulista

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Polícia Civil, deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Ícaro, que prendeu seis pessoas envolvidas em um complexo esquema de corrupção e fraude tributária. Entre os detidos estão Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop. A investigação aponta a existência de uma organização criminosa que manipulava créditos tributários do ICMS. Durante mandados de busca, foram apreendidos R$ 1 milhão em espécie, US$ 10 mil, 600 euros e duas esmeraldas em Alphaville, na residência de Celso Éder Gonzaga de Araújo, apontado como operador da lavagem de dinheiro.

Auditor fiscal é apontado como líder da fraude tributária

De acordo com o MP-SP, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto era o chefe do esquema, utilizando sua posição na Secretaria da Fazenda para aprovar, de forma fraudulenta, ressarcimentos de ICMS a grandes empresas do varejo. O grupo teria utilizado até o certificado digital da Ultrafarma para realizar solicitações indevidas. Em contrapartida, Artur recebia propinas mensais por meio da empresa Smart Tax, registrada em nome de sua mãe e considerada de fachada pelos investigadores.

Lavagem de dinheiro inclui pedras preciosas e moedas estrangeiras

As provas apreendidas reforçam as suspeitas de lavagem de dinheiro em larga escala. Esmeraldas, moedas estrangeiras e altas quantias em dinheiro vivo foram localizadas em endereços ligados aos envolvidos. Celso Éder, que já respondeu por estelionato, não possui cargo público, mas é apontado como o elo financeiro entre os empresários e o auditor. A movimentação financeira atípica da Smart Tax despertou atenção e deu início às apurações.

Empresas varejistas pagavam milhões em propina, afirma MP

Segundo o promotor João Santa Terra Ricupero, as empresas envolvidas pagavam “centenas de milhões de reais” para obter vantagens tributárias. A Fast Shop, uma das investigadas, teria transferido valores significativos à Smart Tax após a empresa passar anos sem movimentação financeira relevante. O MP-SP investiga a participação de outras redes varejistas, cujos nomes ainda não foram revelados.

Secretaria da Fazenda abre sindicância interna sobre servidor

Em nota, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo informou que instaurou processo administrativo para apurar a conduta do servidor envolvido e pediu acesso às provas reunidas pelo MP-SP. A operação representa uma das maiores investigações recentes de corrupção na área fiscal paulista, envolvendo figuras conhecidas do setor privado e servidores públicos.

Defesas se manifestam e negam envolvimento com crime organizado

A Fast Shop declarou estar colaborando com as investigações e fornecendo todas as informações solicitadas. Já a defesa de Sidney Oliveira, representada pelo advogado Fernando Capez, afirmou que o empresário firmou um Acordo de Não Persecução Penal relacionado a questões tributárias e que os valores estão sendo pagos. A Ultrafarma, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o caso.