Eduardo Bolsonaro se reúne com a Casa Branca e gera expectativas no ag…Ver Mais

Washington na rota do agro brasileiro
Uma reunião marcada entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e representantes do governo dos Estados Unidos — incluindo assessores ligados ao ex-presidente Donald Trump — colocou Washington no radar do agronegócio brasileiro. O encontro, previsto para os dias 13 e 14 deste mês, ocorre em um momento de instabilidade econômica global e acirramento político nos EUA, despertando expectativa e preocupação entre produtores e exportadores do Brasil.
Agronegócio atento a riscos e oportunidades
O encontro não é apenas simbólico. Ele ocorre em meio a pautas comerciais sensíveis para o Brasil, como tarifas sobre commodities e entraves regulatórios que afetam a exportação de carne, soja e etanol. Com o setor representando cerca de 25% do PIB nacional, qualquer sinal de reaproximação com os Estados Unidos — ou de tensionamento — pode ter reflexo direto nas cadeias produtivas e na balança comercial.
Polarização interna divide a Frente Agro
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está dividida. Parte de seus membros vê a reunião como uma chance de reforçar vínculos ideológicos com a direita americana, algo que poderia beneficiar futuras negociações políticas. Outro grupo, porém, cobra foco nas pautas técnicas, com receio de que a agenda política comprometa interesses econômicos mais urgentes. A tensão se acirra à medida que se aproxima o período eleitoral norte-americano.
Lições do passado: tarifas e prejuízos
Durante a gestão Trump, o Brasil enfrentou medidas protecionistas que impactaram negativamente a competitividade do agronegócio nacional. Alguns exportadores ainda lembram das tarifas impostas sobre o aço e o etanol, e temem que o reencontro com figuras do antigo governo americano reacenda esse tipo de política. “A diplomacia deve ser usada para abrir mercado, não para fechar portas”, alertou um empresário do setor de grãos, sob anonimato.
Tereza Cristina tenta construir pontes
Diante do impasse, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura e nome respeitado no setor, assumiu papel de moderação. Aliada de diversos grupos dentro da FPA, ela busca garantir que o encontro seja aproveitado para avanços concretos nas relações comerciais e não se torne palco de disputas ideológicas. “Não podemos transformar oportunidade em ruído”, teria dito a senadora a interlocutores próximos.
Colheita futura depende das decisões de agora
O desfecho da reunião em Washington pode impactar desde contratos futuros até o comportamento do câmbio. Produtores aguardam com cautela, conscientes de que o sucesso da missão depende de pragmatismo. No campo, os resultados se medem na prática — e, neste caso, será preciso mais que afinidade política para garantir que o agronegócio brasileiro continue competitivo no mercado internacional.