LUTO: Avião acaba de CAIR, 171 vítimas confirmadas entre elas estava o Ped… Ver mais

Uma tragédia chocou a capital de Bangladesh nesta segunda-feira (21), quando um avião militar caiu dentro do campus de uma escola e faculdade, matando ao menos 20 pessoas e deixando mais de 170 feridas, a maioria delas crianças com idade entre 8 e 12 anos. A aeronave, um caça F-7 BGI de fabricação chinesa, caiu pouco após a decolagem e provocou um incêndio de grandes proporções no bairro de Uttara, zona norte da cidade.
Segundo informações das Forças Armadas de Bangladesh, o acidente ocorreu por volta das 13h18 no horário local (4h18 em Brasília), cerca de dez minutos após o avião sair da base. O piloto, identificado como o tenente Tukir Islam Sagar, morreu devido aos ferimentos. Ele ainda tentou evitar áreas densamente povoadas, manobra que pode ter evitado uma tragédia ainda maior.
Inferno no pátio da escola
A aeronave caiu diretamente sobre o refeitório da Milestone School and College, atingindo o local no momento em que crianças estavam em aula. Testemunhas relatam cenas de horror e desespero. “Houve um estrondo ensurdecedor, o chão tremeu como se fosse um terremoto. Em segundos, tudo pegou fogo”, contou Shafiur Rahman Shafi, de 18 anos, aluno da instituição, à imprensa local.
Vídeos gravados por moradores mostram uma imensa coluna de fumaça negra subindo do prédio atingido, enquanto equipes de emergência e voluntários corriam para salvar os feridos. O incêndio foi controlado após quase uma hora, mas os danos foram devastadores.
O Instituto Nacional de Queimados de Daca recebeu 83 vítimas, entre crianças, professores e funcionários. Segundo o diretor do hospital, ao menos 20 estão em estado crítico. “Estamos trabalhando sem parar. A maioria dos feridos apresenta queimaduras extensas e inalação de fumaça”, disse o médico Mohamad Nasir Udin.
“Vi fogo por todos os lados”
A cena descrita por pais e moradores do entorno é de absoluto pânico. “Eu estava pegando meus filhos na escola quando ouvi um barulho vindo de trás. De repente, tudo explodiu. Só vi fogo e fumaça. Coloquei as crianças num tuk-tuk e saímos correndo”, relatou uma mãe à agência Reuters, ainda em choque.
Equipes de resgate continuam vasculhando os escombros em busca de sobreviventes. Soldados, bombeiros e voluntários se revezam na remoção dos destroços, enquanto médicos improvisam atendimentos de emergência no próprio local.
Investigação em curso
As causas do acidente ainda estão sendo apuradas. Em comunicado oficial, o Exército informou que o avião apresentou uma possível falha mecânica. O modelo F-7 BGI, versão modernizada do MiG-21 soviético, é amplamente utilizado pela Força Aérea de Bangladesh para treinamento. Este é mais um incidente envolvendo esse tipo de aeronave, que tem histórico de falhas técnicas em diversos países.
O governo interino de Bangladesh, liderado por Muhammad Yunus, prometeu uma investigação rigorosa. “A dor que sentimos é imensurável. Tomaremos todas as providências para esclarecer as causas e apoiar as vítimas. A perda para a Força Aérea, para os estudantes e suas famílias é irreparável”, declarou Yunus em mensagem publicada na rede X (antigo Twitter).
Comoção internacional e luto nacional
A tragédia provocou comoção dentro e fora do país. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou solidariedade e ofereceu assistência ao governo de Bangladesh. “Estou profundamente entristecido. Estendemos nosso apoio ao povo bengalês neste momento difícil”, afirmou.
Em resposta à catástrofe, o governo declarou luto nacional nesta terça-feira (22). As bandeiras foram hasteadas a meio mastro e escolas permaneceram fechadas em diversas cidades.
Um histórico que se repete
Embora rara, esta não é a primeira vez que Bangladesh enfrenta uma tragédia aérea. Em 1984, um avião Fokker F-27 da companhia estatal Biman caiu durante um voo entre Chittagong e Daca, matando os 49 ocupantes. Especialistas afirmam que, apesar dos avanços tecnológicos, o sistema de manutenção de aeronaves militares no país ainda enfrenta deficiências.
A queda do caça em uma área escolar reacende o debate sobre segurança aérea e urbanização desordenada. Muitos bairros densamente habitados se desenvolveram ao redor de zonas militares e aeroportos sem o devido planejamento urbano, o que amplia o risco em caso de acidentes.
Enquanto as investigações prosseguem, o país tenta lidar com o luto coletivo e a dor de dezenas de famílias que perderam seus filhos, colegas e professores em uma tragédia que jamais será esquecida.
