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LUTO: Querido CANTOR de pagode é ass@ssinad0 enquanto fazia s… Ver mais

Salvador amanheceu em luto. O que parecia mais uma noite comum na movimentada Vila Ruy Barbosa, na Cidade Baixa, transformou-se em um cenário de puro terror. Na última terça-feira (1º), um tiroteio violento rasgou o silêncio da Rua Resende Costa, deixando três mortos e uma comunidade inteira em estado de choque — entre as vítimas, um rosto querido da música local: Leonardo Serpa, o carismático Léo da banda Oh Original.

A tragédia pegou todos de surpresa, e a brutalidade do crime levantou um véu de mistério ainda sem respostas. O que teria motivado tamanha violência? Quem queria calar Léo — e por quê?


O talento interrompido: quem era Léo da Oh Original

Com apenas 23 anos, Leonardo Serpa era mais do que um cantor. Era um símbolo de esperança para muitos jovens da Vila Ruy Barbosa. Crescido entre os becos e vielas da Cidade Baixa, Léo usava sua música como ponte para um futuro melhor — para si e para os seus.

Conhecido pela energia contagiante nos palcos e pelo sorriso fácil nos corredores do bairro, o vocalista da banda de pagodão Oh Original ganhava cada vez mais espaço no cenário musical baiano. O grupo, que despontava com apresentações em festas locais e uma presença crescente nas redes sociais, começava a chamar atenção de produtores e casas de show.

Mas na noite de terça, o sonho foi interrompido com tiros. Muitos tiros.


Tiroteio repentino e múltiplas vítimas

Testemunhas relatam que a sequência de disparos durou vários minutos. Era por volta das 20h quando o som de rajadas ecoou pelas paredes da Rua Resende Costa. Moradores se jogaram no chão, apagaram luzes e trancaram portas. No meio do caos, Leonardo foi atingido. Tentaram socorrê-lo às pressas, mas os ferimentos foram fatais.

Ele morreu ali mesmo, onde tantas vezes havia distribuído alegria com sua música.

O casal que também perdeu a vida no ataque morava nas redondezas. Vizinhos afirmam que eram trabalhadores conhecidos e respeitados na região. Eles estariam na rua no momento dos disparos e foram atingidos fatalmente. A identidade deles ainda não foi oficialmente confirmada pelas autoridades.

O que começou como um tiroteio virou uma comoção. Choros ecoavam pelas janelas. O bairro inteiro parou.


Polícia em campo, mas perguntas sem resposta

Logo após os tiros cessarem, agentes da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) chegaram ao local. O que encontraram foi um retrato da violência: marcas de balas em muros, portões, carros estacionados — e, claro, o rastro de dor deixado pelas vidas ceifadas.

Apesar da rápida atuação, ninguém foi preso até o momento. As investigações estão sob sigilo, e o clima na comunidade é de insegurança. As causas do ataque seguem desconhecidas, e o silêncio das autoridades sobre possíveis suspeitos só alimenta o medo entre os moradores.

“É como se a gente estivesse esperando o próximo ataque. Ninguém dorme direito desde aquela noite”, revelou uma moradora que preferiu não se identificar.


Um bairro ferido, uma cidade em alerta

A morte de Leonardo Serpa não representa apenas a perda de um talento emergente — é um alerta sobre a escalada da violência em Salvador. Segundo dados recentes da Secretaria de Segurança Pública, os índices de homicídios na capital baiana voltaram a crescer em 2025, especialmente em áreas mais vulneráveis como a Cidade Baixa.

A falta de estrutura, o abandono das comunidades e a presença cada vez maior do crime organizado tornam bairros como a Vila Ruy Barbosa reféns de uma realidade onde a música, os sonhos e até a própria vida podem ser interrompidos a qualquer instante.


Luto, revolta e o pedido por justiça

No dia seguinte à tragédia, moradores organizaram uma vigília improvisada. Velas, flores, cartazes pedindo paz e justiça. Amigos de Léo cantaram músicas da banda em sua homenagem. Entre lágrimas e abraços, a pergunta pairava no ar: quem vai pagar por essas mortes?

Enquanto a polícia investiga e a comunidade sofre, a história de Leonardo Serpa ecoa como um grito sufocado: o de tantos jovens talentosos que lutam por um futuro melhor, mas que ainda são tragados pela violência urbana que insiste em não ter fim.