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ABSURDO: Governo diz que não pagará vinda do corpo da Brasileira que morreu em vulcão, e… Ver mais

Por trás de uma viagem dos sonhos, uma tragédia silenciosa se desenrolava nas encostas de um vulcão ativo na Indonésia.

Juliana Marins, uma jovem de 26 anos, natural de Niterói (RJ), decidiu viver aquilo que muitos só ousam sonhar: embarcar em uma jornada solo pelo Sudeste Asiático. Mochilando entre paisagens exóticas e culturas milenares, Juliana se transformava a cada passo — compartilhando nas redes sociais registros vibrantes de uma experiência que parecia ser o auge de sua liberdade.

Mas o que deveria ser mais um capítulo encantador dessa história de autodescoberta terminou em silêncio e comoção global.

A Trilha do Destino

Na noite do dia 20 de junho de 2025, Juliana se juntou a um grupo de trilheiros para subir o Monte Rinjani, um dos maiores vulcões da Indonésia. Era uma trilha desafiadora, feita durante a madrugada para que se alcançasse o cume ao nascer do sol — um espetáculo para poucos. Mas, naquela noite, algo saiu terrivelmente errado.

Em um trecho particularmente íngreme e escorregadio, Juliana se separou do grupo. Com o terreno instável e a visibilidade comprometida pela neblina espessa, escorregou e despencou por um penhasco de centenas de metros. O barulho da queda ecoou pela encosta. E, então, o silêncio.

Sinais de Vida no Abismo

Nas primeiras horas da manhã seguinte, drones enviados pelas equipes de resgate captaram um som tênue vindo de um dos vales ocultos do vulcão: era Juliana, consciente, chamando por socorro.

A notícia se espalhou rapidamente. Nas redes sociais, amigos, familiares e desconhecidos se uniram em uma corrente de esperança. A hashtag #ResgatemJuliana viralizou, e uma conta dedicada a atualizações do caso ultrapassou 1,5 milhão de seguidores em menos de 48 horas.

No entanto, o resgate esbarrou em um obstáculo cruel: o acesso ao local era praticamente impossível. A neblina persistente, o solo instável e a ausência de visibilidade impediram qualquer aproximação segura. A cada tentativa frustrada, crescia a ansiedade de quem acompanhava tudo à distância, com o coração na mão.

O Desfecho Doloroso

Foram quatro dias de buscas ininterruptas. Equipes especializadas utilizaram drones térmicos, cordas e equipamentos de escalada para vencer a geografia implacável do vulcão. No dia 24 de junho, a esperança deu lugar ao luto: Juliana foi encontrada sem vida, em um ponto de difícil acesso. Não havia mais nada que pudesse ser feito.

A comoção foi imediata. Amigos lembraram da sua paixão por pole dance, da sua coragem em viajar sozinha, da autenticidade com que inspirava outras mulheres a romperem seus próprios limites. O Brasil, através do Itamaraty, enviou diplomatas para apoiar a família e manifestou pesar pela tragédia.

Mas um novo capítulo, igualmente triste, se desdobrava.

Indignação: Brasil se Recusa a Pagar Traslado

Em meio ao luto, uma informação divulgada nesta quarta-feira (25) causou revolta: o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que não poderia arcar com os custos do traslado do corpo de Juliana para o país. A declaração caiu como uma bomba nas redes sociais.

Muitos que acompanharam o caso desde o início não esconderam a indignação. Para eles, a ausência de apoio estatal soava como um abandono em meio ao sofrimento da família.

Contudo, segundo o Itamaraty, a legislação brasileira é clara. O traslado de restos mortais de cidadãos falecidos no exterior é de responsabilidade exclusiva da família, conforme determina o §1º do artigo 257 do Decreto 9.199/2017.

“O atendimento consular prestado pelo Estado brasileiro é feito a partir do contato do cidadão interessado ou, a depender do caso, de sua família. A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional”, afirmou o órgão em comunicado oficial.

Além disso, o ministério reforçou que, por questões de privacidade e segurança, não divulga detalhes específicos sobre a assistência prestada a brasileiros no exterior.

Uma Herança de Liberdade

Apesar do desfecho trágico, Juliana Marins deixa uma mensagem poderosa. Sua vida, embora interrompida de forma abrupta, ecoa nas redes e nos corações de quem a acompanhou: a coragem de ser autêntica, de se lançar ao desconhecido e viver com intensidade cada segundo.

A história de Juliana é também um alerta. Sobre os riscos ignorados de aventuras extremas, sobre a solidão no exterior e sobre a urgência de políticas públicas mais humanas diante de tragédias internacionais.

E, acima de tudo, é um lembrete comovente: a liberdade tem um preço — e, às vezes, ele é alto demais.