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Empresário que foi encontrado morto em Interlagos e a esposa receberam ameaças antes do crime, entenda

A morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 36 anos, continua dando o que falar. O corpo dele foi encontrado numa área de obras, nos fundos do autódromo de Interlagos, em São Paulo, e o que parecia ser apenas mais uma tragédia virou assunto nacional. O caso é cercado de dúvidas, reviravoltas e detalhes que vão além do crime em si.

Tudo começou no dia 30 de maio, quando Adalberto desapareceu após participar de um evento de motocross no autódromo. Era uma tarde comum, o clima ameno de outono, mas ninguém imaginava que seria a última vez que ele seria visto com vida. Quatro dias depois, o corpo dele apareceu, dentro de um buraco — isso mesmo, enterrado vivo, segundo a polícia. Os peritos confirmaram que ele ainda estava respirando quando foi jogado ali. A cena por si só já é absurda, mas os elementos que vieram depois tornam tudo ainda mais estranho.

A linha de investigação da polícia aponta pra um homicídio bem arquitetado. Ainda não se sabe ao certo o que causou a morte — falam em “mata-leão”, um golpe de sufocamento, ou até a possibilidade de ele ter sido dopado com substâncias como o “boa noite, Cinderela”, uma droga que vem sendo usada em vários crimes pelo país. Em abril mesmo, teve um caso parecido em Belo Horizonte, envolvendo um jogador de futebol, então não é impossível.

Mas o buraco (sem trocadilhos) é mais embaixo. Em março deste ano, dois meses antes da morte, Adalberto e a esposa, Fernanda Dândalo, registraram um boletim de ocorrência por ameaça. O caso aconteceu em Alphaville, bairro de classe alta na Grande SP. Segundo o relato, um vizinho surtou e ameaçou o casal com uma faca, gritando coisas como “vocês não vão terminar essa obra” e “aqui vocês não vão morar”. Ele teria ido até a casa dele, pegado a faca e voltado pra intimidar os dois. E, pasmem: até a esposa do vizinho entrou na história, apoiando a cena toda.

Apesar da gravidade, nada foi feito na época. O caso não foi investigado a fundo, ficou por isso mesmo. Agora, com a morte de Adalberto, aquele episódio volta como uma sombra, como se fosse um prenúncio do que viria. A polícia ainda não confirmou uma ligação direta entre o vizinho e o crime no autódromo, mas a tensão prévia levanta muitas suspeitas.

Amigos e familiares têm se manifestado nas redes sociais, exigindo justiça e cobrando respostas. Fernanda, a esposa, tem se mantido reservada, mas fontes próximas dizem que ela está colaborando com as investigações. Imagens de câmeras de segurança, mensagens de celular, e depoimentos estão sendo analisados com lupa. O caso já mobilizou até políticos da região, que criticam a lentidão da resposta das autoridades frente às ameaças anteriores.

Não dá pra ignorar o contexto maior: a violência crescente nas grandes cidades, o despreparo pra lidar com conflitos interpessoais e o risco real que pessoas comuns enfrentam, mesmo em bairros considerados seguros. Esse caso, triste e cheio de camadas, mostra como o perigo pode vir de onde menos se espera — às vezes do lado da sua própria casa.

Enquanto a investigação continua, fica a pergunta: a morte de Adalberto poderia ter sido evitada? Talvez sim. Talvez, se aquela denúncia em março tivesse sido levada mais a sério, hoje ele estaria vivo.

Por enquanto, só resta aguardar — e não esquecer.