Na noite de domingo (29), horário local da Coreia do Sul, um trágico acidente abalou o Aeroporto Internacional de Muan. Um Boeing 737-800 da Jeju Air, que transportava 175 passageiros e seis tripulantes, saiu da pista durante o pouso, colidiu com um muro e explodiu. A tragédia resultou na morte de 179 pessoas, enquanto duas, ambas tripulantes, foram resgatadas com vida e permanecem fora de perigo.
A aeronave havia partido de Bangkok, na Tailândia, com destino a Muan, no sul da Coreia do Sul. Este acidente já é considerado o mais mortal registrado em solo sul-coreano e o mais grave envolvendo uma companhia aérea local desde 1997, quando a queda de um avião da Korean Air Lines em Guam ceifou mais de 200 vidas.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, a causa provável do acidente foi uma falha no trem de pouso, possivelmente ocasionada por uma colisão com pássaros. Um vídeo, amplamente divulgado por emissoras locais, capturou o momento exato em que a aeronave tentou aterrissar com o trem de pouso retraído. Nas imagens, o avião ultrapassa a pista em alta velocidade antes de se chocar violentamente contra um muro, provocando a explosão que devastou o local.
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O trabalho das equipes de resgate foi intenso. Pelo menos 80 bombeiros foram mobilizados para combater as chamas e buscar sobreviventes. Dois tripulantes, um homem e uma mulher, foram resgatados ainda vivos. Segundo as autoridades de saúde, ambos estão conscientes e não apresentam risco iminente à vida. Entre as vítimas fatais, foram identificados 173 cidadãos sul-coreanos e dois tailandeses.
Diante do ocorrido, todos os voos no Aeroporto de Muan foram suspensos, e as autoridades locais já iniciaram as investigações para apurar as circunstâncias do acidente. A Jeju Air, operadora da aeronave, emitiu um pedido de desculpas e garantiu que está colaborando plenamente com as investigações. Em nota, a empresa afirmou que está comprometida em adotar todas as medidas necessárias para evitar tragédias semelhantes no futuro.
A tragédia também trouxe à tona discussões sobre a segurança do modelo Boeing 737-800, amplamente utilizado por companhias aéreas em todo o mundo. Reconhecido por sua eficiência e confiabilidade, o modelo é operado no Brasil principalmente pela Gol Linhas Aéreas. Apesar do histórico geralmente positivo, incidentes como este reacendem questionamentos sobre procedimentos de manutenção e prevenção.
O impacto do acidente reverberou rapidamente em todo o país. O presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, que assumiu o cargo na última sexta-feira (27) em meio a uma crise política, ordenou uma mobilização total das equipes de resgate. Em pronunciamento, Choi expressou condolências às famílias das vítimas e destacou a importância de apurar os fatos com rigor para evitar novas tragédias.
Esse acidente ocorre em um momento delicado para a aviação global, que nos últimos anos tem enfrentado desafios relacionados a segurança e manutenção devido ao aumento do volume de voos pós-pandemia. Embora tragédias como essa sejam raras, elas servem como um lembrete da necessidade de priorizar a segurança em todas as etapas do transporte aéreo.
À medida que as investigações avançam, autoridades e especialistas continuam analisando todos os aspectos que podem ter contribuído para o acidente. Detalhes como o estado da pista de pouso, as condições meteorológicas e os protocolos seguidos pela tripulação estão sob avaliação. Enquanto isso, a população sul-coreana enfrenta o impacto emocional de uma das maiores tragédias aéreas da sua história.
O acidente em Muan destaca não apenas os riscos associados ao transporte aéreo, mas também a importância de respostas rápidas e coordenadas em situações de crise. Embora a dor das perdas humanas seja imensurável, os esforços das equipes de emergência e a solidariedade expressa pelas autoridades locais são um reflexo da resiliência diante de adversidades. O luto coletivo será longo, mas a busca por respostas é fundamental para que o setor aéreo continue evoluindo e garantindo a segurança de milhões de passageiros ao redor do mundo.
