Caso Vitória: Pai da jovem quebra silêncio após suspeito confessar crime e rebate conclusão da polícia: ‘Não acredito’

Carlos Alberto Sousa, pai de Vitória Regina de Sousa, jovem brutalmente assassinada aos 17 anos, se manifestou após a confissão de Maicol Salles dos Santos, apontado pela polícia como o responsável pelo crime. Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, Carlos contestou a afirmação das autoridades de que o suspeito teria agido sozinho. Para ele, há indícios claros de que Maicol pode ter contado com a ajuda de outra pessoa.
“A única coisa que eu tenho certeza é que ele não fez isso sozinho”, declarou, visivelmente abalado. “A testemunha que viu tudo disse que havia mais alguém com ele dentro do carro. Como ele conseguiria fazer tudo isso sem ajuda? Tirar o corpo, carregar, passar por uma cerca… Não tem como. Esse crime não foi cometido por apenas uma pessoa.”
A polícia, por sua vez, considera que Maicol apresenta características de um serial killer, perfil de criminoso que, segundo especialistas, costuma agir de forma isolada para evitar conflitos com comparsas. No entanto, essa explicação não convence Carlos. “Desde o começo, quando encontraram o carro dele e viram todas as contradições no depoimento, eu desconfiei. Eu nem conhecia esse desgraçado. Fui conhecer essa ‘peste’ agora, depois do que ele fez com a minha filha”, desabafou.
Versão do suspeito não convence
Durante depoimento às autoridades, Maicol alegou que vinha sendo chantageado por Vitória e que, por esse motivo, os dois tiveram um desentendimento que culminou na tragédia. Carlos, no entanto, rejeita essa narrativa.
“Só alguém muito ingênuo acreditaria nisso”, afirmou, revoltado. “Minha filha tinha apenas 17 anos. Não tinha envolvimento nenhum com esse camarada. Agora, ele quer justificar o que fez inventando essa mentira? Se fosse qualquer outra pessoa, eu até pensaria duas vezes, mas esse sujeito? Sem chance. Isso é uma grande farsa.”
Enquanto o pai de Vitória exige respostas, a mãe do suspeito, Edneide Sales, saiu em defesa do filho antes mesmo de sua confissão. Em declarações à imprensa, ela insistiu que Maicol não é a pessoa que vem sendo retratada.
“O que estão falando dele por aí não corresponde ao meu filho”, disse Edneide. “Ele sempre foi um menino bom, trabalhador, sempre pronto para me ajudar no que fosse preciso. Sei do amor que ele sente por mim e, no meu coração, eu não consigo acreditar que ele faria algo assim.”
Os últimos momentos de Vitória
O desaparecimento de Vitória ocorreu na noite de 26 de fevereiro. Após encerrar seu expediente em um shopping de Cajamar, a jovem seguiu seu trajeto habitual para casa, mas nunca chegou ao destino.
Imagens de câmeras de segurança mostram que, enquanto aguardava o ônibus, ela foi abordada por dois homens dentro de um carro. Estranhando a situação, Vitória enviou mensagens para uma amiga, relatando sua preocupação com o comportamento dos desconhecidos.
Pouco depois, outros dois homens chegaram ao ponto de ônibus e ficaram próximos dela. Quando o coletivo chegou, os três embarcaram, mas desceram antes da jovem. O motorista do ônibus confirmou que Vitória deixou o veículo sozinha, em uma estrada de terra no bairro Ponunduva, onde morava com a família. Esse foi o último local onde foi vista com vida.
A investigação apontou que Maicol dirigia um Toyota Corolla prata, veículo flagrado por câmeras circulando na região no momento do desaparecimento da jovem. As autoridades acreditam que ele a seguiu até o ponto de ônibus e a sequestrou assim que ela desceu do transporte público.
Conforme apurações da Polícia Civil, Vitória foi mantida em cativeiro antes de ser assassinada. Laudos preliminares indicam que ela foi brutalmente torturada e teve os cabelos raspados antes de sua morte. Uma semana depois do desaparecimento, seu corpo foi encontrado em uma área de mata na cidade de Cajamar.
O caso segue em investigação, e a família da vítima pede justiça.