A morte de Luiz Fernando de Souza Verli, de apenas 10 anos, abalou a cidade de Ibatiba, no Espírito Santo. O menino faleceu na noite de quinta-feira (12).
Tudo isso após dar entrada no Hospital Infantil Dra. Milena Gottardi, em Vitória, com uma vértebra fraturada. Segundo a família, Luiz foi vítima de agressões físicas na escola onde estudava, supostamente motivadas por bullying.
Relato da Família: Bullying e Agressão Durante o Recreio
Luiz Fernando frequentava a Escola Municipal de Ensino Fundamental Eunice Pereira Silveira, no bairro Novo Horizonte, em Ibatiba. De acordo com familiares, o menino sofria bullying constante devido a um problema em um dos olhos.
Na segunda-feira (9), durante o intervalo, dois adolescentes de 13 anos o atacaram de surpresa. Segundo relato da irmã mais nova, de apenas 8 anos, um dos agressores segurou Luiz pelo pescoço enquanto o outro o golpeava.
O episódio ocorreu durante todo o período do recreio. Apesar de a direção da escola ter sido informada, nenhuma medida foi tomada. Conforme os parentes, Luiz foi colocado de castigo na instituição e passou a reclamar de dores intensas ao chegar em casa.
Negligência no Atendimento Médico e Agravamento do Quadro
A família levou Luiz ao Pronto-Socorro de Ibatiba três vezes, relatando as dores que o menino sentia, mas os dois primeiros atendimentos resultaram apenas na prescrição de medicamentos para dor.
Somente na terceira ida ao hospital, após insistência dos pais, foi realizado um exame de raio-X, que revelou a fratura na coluna.
Com o agravamento de seu estado clínico, que incluiu febre de 39ºC, dificuldade respiratória e distensão abdominal, Luiz foi transferido para o hospital em Vitória na madrugada de quarta-feira (11).
Já na unidade, ele foi entubado e diagnosticado com falência renal e hepática. Os médicos tentaram realizar hemodiálise, mas Luiz sofreu uma parada cardíaca e faleceu às 20h30 de quinta-feira.
Repercussão e Investigação
O caso gerou grande comoção na cidade e levantou questionamentos sobre a segurança nas escolas e a eficiência no atendimento de emergências médicas.
Em nota publicada nas redes sociais, a Câmara Municipal de Ibatiba repudiou “o ato de violência cometido contra o estudante” e solicitou à Comissão de Educação que apure os acontecimentos.
A Polícia Civil informou que tomou conhecimento do caso pelas redes sociais e iniciou investigações. Contudo, não havia registros formais anteriores de violência envolvendo Luiz na escola.
O corpo do menino foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia e, em seguida, liberado para os familiares.
A Secretaria Municipal de Educação de Ibatiba lamentou o falecimento do estudante e garantiu que está reunindo informações para esclarecer os fatos.
Indignação Familiar e Clamor por Justiça
A irmã mais velha de Luiz, Samira Verli, expressou sua revolta com a postura da escola. Segundo ela, a instituição não comunicou os pais sobre o ocorrido, e mesmo após o menino reclamar de dores, nenhuma providência foi tomada.
“Ele chegou em casa chorando de dor, e a mãe o levou ao Pronto-Socorro três vezes. No entanto, liberaram ele apenas com medicação para dor”, desabafou.
Outra parente, Alzerina Maria Verly Ferreira, reforçou a suspeita de bullying como motivação para a agressão. “Ele sempre sofreu bullying devido a um problema no olho”, relatou.
A tragédia coloca em evidência a urgência de medidas preventivas contra o bullying, além de uma reflexão sobre o papel das escolas e do sistema de saúde na proteção das crianças.
